Grupo terrorista atacou internato feminino com 710 alunas.
France Presse
Dezenas de estudantes do ensino médio estão desaparecidas na Nigéria dois dias após um ataque do grupo jihadista Boko Haram contra uma escola de meninas.
Terroristas do Boko Haram | Reprodução |
Os combatentes do Boko Haram, fortemente armados, atacaram a cidade de Dapchi, no estado de Yobe, na segunda-feira, segundo disseram testemunhas à AFP.
As alunas e os professores de um internato feminino, Girls Science Secondary School, fugiram para a selva, temendo a repetição do sequestro das garotas de Chibok em 2014.
No entanto, dois dias após o ataque, várias dezenas de estudantes de Dapchi ainda não haviam retornado ao internato, causando grande angústia em suas famílias.
"Nossas filhas estão desaparecidas há dois dias e não sabemos onde estão", disse à AFP Abubakar Shehu, cuja neta está entre o grupo desaparecido. "Começamos a temer que o pior tenha acontecido. Temos medo de um novo Chibok", concluiu.
"Nos disseram que elas estavam em outras aldeias, mas estivemos em todos os lugares mencionados em vão", acrescentou.
De acordo com o colégio, no momento do ataque havia 710 alunas no internato, que recebe jovens a partir de 11 anos de idade.
Inuwa Mohamed, cuja filha de 16 anos, Falmata, não reapareceu, confirmou que os pais haviam procurado suas filhas em todas as aldeias vizinhas. "Ninguém nos diz nada oficialmente", indicou Moahmed à AFP. "Ainda não sabemos quantas foram encontradas e quantas ainda estão desaparecidas", acrescentou.
O grupo jihadista Boko Haram, cujo nome significa "a educação ocidental é um pecado", conduz desde 2009 ataques no nordeste da Nigéria que já mataram mais de 20 mil pessoas. Em 2014, provocou uma onda de indignação global com o sequestro de 276 meninas em uma escola em Chibok.