O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, considera que os refugiados palestinos são "fictícios" e que não tem sentido manter a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA, na sigla em inglês) no Oriente Médio.
Sputnik
Em 7 de janeiro, Netanyahu disse que está de acordo com o presidente dos EUA, Donald Tump, que no dia 3 de setembro ameaçou interromper as verbas de ajuda para a UNRWA.
Primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu © AP Photo/ Sebastian Scheiner |
Segundo o primeiro-ministro israelense, a UNRWA, criada há 70 anos, "perpetua o problema dos refugiados palestinos", bem como "a narrativa do chamado direito de retorno com a intenção de eliminar o Estado de Israel, por isso a UNRWA deve desaparecer".
Netanyahu acrescentou que a UNRWA está atualmente lidando com os tataranetos dos refugiados e em 70 anos, tratará com os filhos dos tataranetos. "Isto é um absurdo que deve ser interrompido", afirmou ele.
Para ele, o dinheiro que é destinado à UNRWA deveria ser destinado a "verdadeiros refugiados" e não aos refugiados palestinos, que são "refugiados fictícios".
Entretanto, um relatório interno elaborado pelo Ministério das Relações Exteriores israelense advertiu que a suspensão da ajuda dos EUA à UNRWA poderia causar uma catástrofe e lembrou que, neste caso, a responsabilidade pelo congelamento dos recursos, que deveriam ter sido transferidos à UNRWA, cairia diretamente sobre Israel como uma força ocupante.
Em 5 de janeiro, os Estados Unidos congelaram a transferência de 125 milhões de dólares (cerca de R$ 400 milhões) para a UNRWA, que atende a 5 milhões de refugiados no Oriente Médio.
As relações entre Palestina e os Estados Unidos estão em seu nível mais baixo, após Trump romper um consenso diplomático de décadas e reconhecer Jerusalém como capital de Israel.