Levantamento mostra que em cada R$ 10 gastos, R$ 3 foram destinados ao Rio de Janeiro. Em todo o país, ações custaram R$ 252 milhões.
Por GloboNews
O Rio de Janeiro foi a unidade da federação que mais teve recursos relativos ao envio das Forças Armadas para auxílio na segurança pública entre 2015 a 2017. Foram R$ 75 milhões, 30% do valor total gasto em todo o Brasil durante o período, que foi de R$ 252 milhões. Os dados foram conseguidos com exclusividade pela GloboNews. Em cada R$ 10 usados no envio de tropas, R$ 3 foram usados só no Rio de Janeiro neste período.
Gastos com Forças Armadas nos últimos três anos em todo o país (Foto: Reprodução/ GloboNews) |
Só no ano passado, o RJ teve reforço em fevereiro, durante o movimento de esposas de PMs que bloqueavam a saída de batalhões, e a partir de julho, em várias operações integradas com as forças estaduais de segurança.
Em 2015, foram gastos cerca R$ 6,2 milhões em todo o país. Em 2016, foram mais de R$ 69 milhões, com três intervenções militares em diferentes estados. Em 2017, foram R$ 177 milhões gastos em seis intervenções, totalizando 252 milhões nos três anos.
Comparação com outros estados
De 2015 a 2017, foram gastos R$ 50 milhões em operações em presídios em todo o território nacional. As eleições municipais de 2016 demandaram R$ 42 milhões em todo o país.
Os R$ 75 milhões gastos no Estado do Rio de Janeiro se destacam em comparação com outras unidades da federação. Foram R$ 38 milhões gastos no Espírito Santos e outros R$ 21 milhões usados no Rio Grande do Norte no mesmo período.
Especialista critica frequência
As intervenções também são alvo de críticas de especialistas pela frequência.
Gastos no Estado do Rio de Janeiro com uso das Forças Armadas superaram de outras unidades da federação (Foto: Reprodução/ GloboNews) |
“O que é para se estranhar é acionar o Ministério da Defesa, e não da Segurança Pública. A União entra em uma emergência, como no Rio Grande do Norte. Até acionar o último aparato, você teria que ter esgotado todas as possibilidades. O que a gente está vendo é uma banalização dessa medida”, explicou o antropólogo e ex-comandante do Estado-Maior da PM do Rio, Robson Rodrigues.