Em meio a tensão com palestinos, Washington acusa Ismail Haniyeh de envolvimento em atos de terrorismo contra cidadãos israelenses e americanos. Hamas, na lista desde 1997, rechaça decisão e promete manter resistência.
Deutsch Welle
Os Estados Unidos anunciaram nesta quarta-feira (31/01) que incluíram o líder do movimento palestino Hamas, Ismail Haniyeh, em sua lista de terroristas internacionais. Outros três grupos que atuam em territórios palestinos também passaram a fazer parte da relação americana.
Ismail Haniyeh, de 55 anos, é líder do movimento palestino Hamas desde maio de 2017 |
"Haniyeh tem vínculos estreitos com a ala militar do Hamas e tem sido um defensor da luta armada, inclusive contra civis", afirmou, em nota, o Departamento de Estado americano, acusando o líder palestino de envolvimento em ataques terroristas contra cidadãos israelenses e americanos.
A inclusão de Haniyeh na lista de terroristas vem acompanhada de sanções, deixando-o impedido de realizar transações financeiras com cidadãos e empresas americanas, bem como congelando qualquer bem que ele possa ter nos Estados Unidos.
Em comunicado, o Hamas reagiu ao anúncio tachando a decisão americana de "tentativa fracassada de pressionar a resistência". "Isso não vai desencorajar nossa opção de resistência até que consigamos expulsar os ocupantes", reforçou o movimento, referindo-se às autoridades de Israel.
O Hamas, que controla a Faixa de Gaza há mais de uma década, já se encontra na lista de organizações terroristas internacionais do governo americano desde 1997. Washington culpa o movimento pela morte de 17 cidadãos americanos em ataques terroristas. Haniyeh, de 55 anos, lidera o grupo desde maio do ano passado.
Também passaram a integrar a lista dois grupos com base no Egito, Liwa al Thawra e Harakat Sawa'd Misr (HASM), e um terceiro grupo, Harakat al-Sabireen, que opera em Gaza e é, segundo os EUA, patrocinado pelo Irã.
"São grupos e líderes terroristas, incluindo dois patrocinados e dirigidos pelo Irã, que estão ameaçando a estabilidade do Oriente Médio, minando o processo de paz e atacando os nossos aliados Egito e Israel", afirmou o secretário de Estado americano, Rex Tillerson.
"As ações de hoje são um passo importante para negar-lhes os recursos de que precisam para planejar e fazer suas atividades terroristas", acrescentou Tillerson.
O anúncio de Washington ocorre num momento de tensão entre os Estados Unidos e os palestinos, depois que o presidente americano, Donald Trump, anunciou ter reconhecido a cidade disputada de Jerusalém como capital de Israel, em dezembro passado, provocando reações indignadas de entidades e líderes internacionais, bem como confrontos violentos entre israelenses e palestinos.