O desenvolvimento de novos tipos de armas nucleares de "baixa potência" aumenta o risco de uma guerra entre os EUA, a Rússia e a China, segundo especialistas consultados por Newsweek.
Sputnik
O Pentágono está desenvolvendo dois novos tipos de armas nucleares, para acompanhar os progressos da Rússia e da China nesse terreno. Os especialistas tiveram acesso às minutas do projeto de doutrina nuclear norte-americana, que acusa Moscou e Pequim de ampliar as suas capacidades nucleares.
Teste nuclear dos EUA © Foto: YouTube/Laboratório Nacional de Lawrence Livermore |
Esse documento afirma a necessidade de "desenvolver e incorporar novos meios de contenção e de defesa dos objetivos, quando a contenção não funciona".
Entre outras medidas, o projeto revela a intenção de desenvolver ogivas nucleares de baixa potência para mísseis Trident, utilizados por submarinos da classe Ohio. Além disso, o departamento de Defesa dos EUA planeja desenvolver um míssil nuclear de baixa potência para suas bases marítimas.
O Pentágono considera o atual arsenal nuclear a disposição como "demasiado grande e forte" para aplicar na prática. Segundo o órgão, isso é reconhecido por outros países, inclusive a Rússia. Seguindo o mesmo raciocínio, ogivas de potência menor fariam os outros países acreditar mais na possibilidade do seu uso.
Nem todos, no entanto, concordam com o projeto. O ex-conselheiro do presidente Barack Obama para controle de armamentos, Jon Wolfsthal, classificou o documento de "esquizofrênico".
"Se fundamenta no desejo de ampliar a contenção fazendo os outros a acreditar que os EUA podem usar as armas nucleares primeiro", disse o especialista.
Segundo ele, a nova doutrina aumenta o risco de uma guerra, pois os EUA terão "mais possibilidades e ficarão mais tentados a usar" as armas nucleares.