A Boeing fez nesta sexta-feira (12) o primeiro contato oficial com o governo brasileiro acerca de sua intenção de formar algum tipo de parceria com a Embraer que envolva aquisição de ações da empresa brasileira.
Igor Gielow | Folha de S.Paulo
Os americanos saíram da reunião com uma lista de questionamentos sobre aspectos sensíveis das negociações, como o futuro dos programas militares da Embraer. E ouviram o que já era sabido: o governo usará o seu poder de veto para evitar a perda de controle nacional da fabricante de aviões paulista.
Embraer KC-390 | Ilustração de Jonatham Sarmento/Superinteressante |
No encontro, os americanos não expressaram detalhes da proposta que pretendem fazer. Segundo a Folha apurou, a impressão do governo foi a de que eles queriam mais ouvir do que falar.
O ministro Raul Jungmann (Defesa), acompanhado do comandante da Força Aérea, Nivaldo Rossato, e de assessores, recebeu os executivos da Boeing. Jungmann reafirmou o interesse do governo no negócio, ressaltando as ressalvas relativas a soberania.
A negociação da Boeing foi anunciada no fim de 2017, sendo vista como uma resposta de mercado à aquisição da linha de jatos regionais da canadense Bombardier por sua rival europeia Airbus. A Embraer domina o nicho, que não é atendido por produtos da Boeing. Além disso, interessa aos americanos a carteira de defesa da brasileira.