Dado foi divulgado por governo rebelde houthi; mais de 2 mil vítimas são crianças.
EFE
O conflito armado no Iêmen deixou mais de 10 mil mortos nas zonas controladas pelos rebeldes desde o começo da intervenção da coalizão militar liderada pela Arábia Saudita em março de 2015, segundo dados publicados nesta terça-feira (2) pelo governo dos xiitas houthis.
Militantes houthi passam por um centro de detenção atingido por disparos aéreos no Iêmen (Foto: Khaled Abdullah/Reuters) |
O Iêmen é palco de um conflito entre o governo do presidente Abdo Rabu Mansur Hadi, reconhecido internacionalmente, e os rebeldes houthis, que controlam a capital desde setembro de 2014 e zonas do oeste e do norte do país (saiba mais sobre a guerra neste link).
O vice-ministro de Saúde desse Executivo rebelde, Abdelsalam Al Midani, detalhou que os departamentos de seu Ministério nas áreas administradas pelos houthis registraram 10.363 mortes desde março de 2015 até dezembro de 2017.
Entre as vítimas mortais estão 2.066 crianças e 574 mulheres, além de 21.288 feridos, dos quais mais de 3 mil são menores e 2.050 sofreram lesões permanentes, de acordo com Al Midani.
O vice-ministro também apontou que os danos materiais provocados pela guerra em instalações de saúde chegam a US$ 18 milhões e as perdas em equipamentos médicos a US$ 91 milhões, conforme as primeiras estimativas.
Neste tempo, os serviços de saúde foram suspensos em 70% dos centros médicos e os 30% restantes operam ao nível mais baixo, devido à violência.
Mais de 48 mil funcionários do setor de saúde não recebem salário há mais de um ano, disse Al Midani.
Difteria, diabetes e problemas renais
O vice-ministro destacou a epidemia de difteria que foi declarada recentemente, que afeta 18 das 22 províncias do país e até o momento contagiou 439 pessoas, entre as quais 44 morreram.
Ele informou ainda que 700 mil pessoas sofrem patologias crônicas, como diabetes e hipertensão, além de problemas psicológicos por causa da guerra, e não podem receber tratamento adequado.
O porta-voz também acrescentou que há mais de 6 mil pacientes com problemas renais e que entre dois e três deles morrem a cada semana por falta de diálise, e disse que cerca de 60% dos remédios para o câncer não estão disponíveis no Iêmen.
Al Midani afirmou que 95 mil doentes e feridos graves precisam sair do país para receber tratamento médico que não podem ter no Iêmen, pois o sistema de saúde está em uma situação que qualificou de "catastrófica".