Líderes muçulmanos estão reunidos em Istambul, na Turquia, nesta quarta (13). Eles discutem ações após Trump reconhecer Jerusalém como capital de Israel.
Por G1
O presidente palestino, Mahmoud Abbas, disse nesta quarta-feira (13) que a decisão do governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de reconhecer Jerusalém como capital de Israel foi o "maior dos crimes" e uma violação flagrante da lei internacional.
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Presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, fala durante reunião de emergência da Organização de Cooperação Islâmica (OCI), na quarta-feira (13) (Foto: Kayhan Ozer/ Reuters) |
"Jerusalém é e sempre será a capital da Palestina", disse em um encontro de emergência da Organização de Cooperação Islâmica (OCI), que reúne líderes muçulmanos em Istambul, na Turquia. Ele disse que os Estados Unidos estão dando Jerusalém como se fosse uma cidade norte-americana.
"Isso cruza todas as linhas vermelhas", disse.
Abbas disse que é inaceitável que os Estados Unidos tenham um papel no processo de paz do Oriente Médio uma vez que são tendenciosos a favor de Israel.
No discurso de abertura de uma reunião de cúpula, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, chamou Israel de "Estado de ocupação" e "terrorista". "Israel é um Estado de ocupação. Além disso é um Estado terrorista", declarou.
O presidente do Irã, Hassan Rouhani, fez um apelo para que os países árabes se unam e solucionem seus problemas internos através do diálogo, segundo a Reuters.
No Twitter, ele declarou que os Estados Unidos não são "um mediador honesto e nunca serão", acrescentando que Washington apenas quer "garantir os interesses dos sionistas". A sua decisão sobre Jerusalém mostra que o país não tem qualquer respeito pelos direitos legítimos da nação palestina.
Nova intifada
O reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel e a transferência da embaixada de Tel Aviv foi criticada duramente e provocou um crescimento na tensão na região. Os palestinos querem Jerusalém Oriental como capital de seu futuro Estado e a comunidade internacional não reconhece a reivindicação israelense sobre a cidade como um todo.
Na quinta-feira (7), Hamas, movimento islâmico com atuação política e um braço armado, convocou uma nova intifada, como é conhecida a revolta palestina contra a política de expansão territorial do governo de Israel. A iniciativa recebeu o apoio do grupo xiita libanês Hezbollah.
Desde então, vários confrontos foram registrados na Cisjordânia (Belém, Ramallah) e nas proximidades da Faixa de Gaza.
Na sexta (8), o exército israelense lançou bombas contra alvos militantes na Faixa de Gaza deixando pelo menos 25 pessoas ficaram feridas, incluindo 6 crianças, segundo levantamento do Ministério de Saúde palestino.
Na segunda (11), o Exército israelense bombardeou posições do Hamas em resposta ao lançamento de projéteis em direção a Israel por parte das milícias palestinas, informou um comunicado militar.
Na terça-feira (12), palestinos acusaram israelenses de matar duas pessoas com um drone militar no norte da Faixa de Gaza. Israel nega envolvimento com a ação, de acordo com o jornal “Haaretz”.