Parceiros ocidentais da Rússia devem se lembrar de suas "vitórias" no Iraque, Líbia e Afeganistão ao invés de tentar "roubar" êxitos de Moscou na Síria, acredita a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores russo, Maria Zakharova.
Sputnik
Foi assim que a diplomata comentou as palavras do ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Yves Le Drian, em relação à Rússia ter "se apropriado" da vitória sobre o Daesh (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países).
Sukhoi Su-25 e munição na base militar russa na Síria © Foto: Ministério da Defesa da Rùssia |
"Senhores, parem com isso! Seus êxitos abrangem o Iraque, Líbia e Afeganistão. Orgulhem-se deles", Maria Zakharova escreveu no Facebook.
Anteriormente, o Ministério da Defesa russo criticou fortemente as ações da coalizão internacional encabeçada pelos EUA na Síria.
"Em três anos de existência, somente agora a coalizão atingiu seu primeiro 'resultado' na luta contra Daesh na Síria: destruiu com bombardeios Raqqa junto com civis", lê-se no comunicado do ministério russo.
Na sexta-feira (8), o ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Yves Le Drian, afirmou estar surpreso que a Rússia tenha "se apropriado" da vitória sobre o Daesh na Síria. Ele frisou que, em sua opinião, trata-se de uma "interpretação meio infundada".
Para ele, foram as forças da coalizão internacional que expulsaram o Daesh dos territórios ocupados. Quanto à Rússia, o ministro acredita que militares russos chegaram atrasados à Síria somente para ajudar o presidente Bashar Assad e, no fim das contas, conseguiram libertar a cidade de Deir ez-Zor.
O especialista russo em ciências políticas, Sergei Kozlov, em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik, também comentou a situação.
"Guerra abrange campos de batalha além da Síria e Iraque. Simultaneamente, meios de informação estão realizando uma 'luta pela vitória sobre o Daesh'. A coalizão internacional, liderada pelos EUA, fará de tudo para se apropriar da vitória. Sem dúvidas, os êxitos da Rússia e do exército sírio, que suportaram o peso principal desta luta, serão gradualmente diminuídos, ainda mais porque a guerra está acontecendo bem longe dos EUA e da Europa e para o público massivo, ao qual são destinadas as declarações do tipo, essas notícias pesam mais do que os acontecimentos reais na Síria", assinalou Sergei Kozlov.