As Forças Aéreas dos Estados Unidos e da Coreia do Sul iniciaram nesta segunda-feira (4) os maiores exercícios conjuntos da história. Em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik, o especialista Vladimir Terekhov frisou que a política dos EUA em relação à Coreia do Norte não contribui para resolução da crise.
Sputnik
As Forças Aéreas dos Estados Unidos e da Coreia do Sul iniciaram nesta segunda-feira (4) os exercícios conjuntos em meio à crise coreana. De acordo com a agência sul-coreana Yonhap, os exercícios conjuntos Vigilant ACE 2017 serão os maiores da história. As manobras contarão com aproximadamente 230 aviões, incluindo seis caças furtivos norte-americanos F-22.
Exercício militar conjunto entre Coreia do Sul e EUA © REUTERS/ Lance Cpl. Carlos Jimenez |
De acordo com o Ministério da Defesa da Coreia do Sul, as manobras visam demonstrar a vontade e capacidade de Seul e Washington de reagir às "provocações da Coreia do Norte".
Os dois países anunciaram que as manobras, que serão concluídas no dia 8 de dezembro, envolverão caças norte-americanos F-22 e F-35A. Durante os exercícios, os militares treinarão como eliminar lançadores móveis de mísseis e artilharia da Coreia do Norte, bem como desembarcar em território do inimigo.
Anteriormente, a Rússia e a China propuseram que Coreia do Norte declarasse moratória dos testes nucleares e lançamentos de mísseis, e que EUA e a Coreia do Sul interrompessem suas manobras na região para estabilizar a situação na península coreana, contudo, Washington ignorou a iniciativa, recordou em entrevista ao serviço da Rádio Sputnik o especialista em assuntos do Círculo do Pacífico, Vladimir Terekhov.
"Ao realizar manobras, os EUA e a Coreia do Sul não aceitaram a proposta de duplo congelamento. Estados Unidos argumentam ser inaceitável por razões formais: norte-americanos permanecem na Coreia do Sul em conformidade com acordo bilateral, o Conselho de Segurança da ONU não tomou quaisquer decisões quanto à permanência das tropas, já a Coreia do Norte se encontra sancionada pelo Conselho de Segurança, ou seja, trata-se de violação das normas. EUA se posicionam contra a iniciativa sino-russa. Posicionamento norte-americano é, ao mesmo tempo, formal e desorganizado, pois o próprio programa nuclear e de mísseis de Pyongyang consideram manobras [dos EUA e Coreia do Sul] como ameaças à sua segurança. Além disso, a política geral dos EUA em relação à Coreia do Norte não contribui para resolução da crise. Para Pyongyang, seu desenvolvimento nuclear e de mísseis é um elemento crucial para garantir sua segurança. Infelizmente, o período de silêncio acabou, sendo difícil prever o futuro", assinalou Vladimir Terekhov.