Erdogan acusa EUA de "queimarem o mundo" ao reconhecer Jerusalém como capital

O presidente da Turquia, o islamita Recep Tayyip Erdogan, acusou nesta quarta-feira os Estados Unidos de provocarem um incêndio que "queimará toda a região e o mundo" por conta da sua decisão de reconhecer Jerusalém como capital de Israel.


EFE

"O incêndio iniciado com a decisão de Jerusalém queimará a região e o mundo. Não pode haver uma paz regional e global se uma solução para a questão da Palestina não for encontrada", disse Erdogan na abertura de uma cúpula de líderes de países muçulmanos para debater uma resposta para esta crise.


EFE/ Emrah Yorulmaz/ Anadolu
Presidente da Turquia, o islamita Recep Tayyip Erdogan | EFE/ Emrah Yorulmaz/ Anadolu

Erdogan fez esta advertência na abertura em Istambul da cúpula extraordinária da Organização para a Cooperação Islâmica (OCI) convocada para buscar uma resposta conjunta à decisão dos EUA.

"Não podemos ficar olhando uma situação da qual depende o nosso futuro. Esta decisão é também um golpe contra nossa civilização", disse.

O presidente turco acusou Israel de ser um Estado terrorista que maltrata os palestinos e criticou que Washington "premie um país como esse".

"Os Estados Unidos se mantêm ao lado de quem torna a paz impossível, não daqueles que a desejam. Desta forma, encorajam os extremistas", lamentou o político islamita.

Além disso, alertou aos EUA que, apesar de todo seu poder militar, "só se é forte quando se tem razão".

Erdogan condenou ainda a "opressão dos soldados israelenses" sobre a Palestina e destacou que "a obrigação dos muçulmanos é defender Jerusalém sob todas as condições".

Em seguida, o chefe do Estado turco pediu o reconhecimento do Estado palestino.

"Os países europeus têm que deixar de submeter-se à retórica de Israel de não reconhecer a Palestina", acrescentou, para depois frisar que, após a decisão americana, essa é a única maneira de conseguir a paz.

Na sua qualidade de presidente temporário da OCI, Erdogan exigiu que os Estados Unidos voltem atrás em relação a Jerusalém.

"Com essa decisão, os EUA deixaram de ser um pacificador", disse Erdogan, que pediu que o resto do mundo assuma então esse papel.


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