Bloqueio foi imposto pela coalizão liderada pela Arábia Saudita, que intervém militarmente no país.
France Presse
Um avião carregado com ajuda humanitária do Unicef aterrissou neste sábado (25) em Sanaa, no Iêmen, pela primeira em três semanas em razão do bloqueio total imposto no início de novembro pela coalizão liderada pela Arábia Saudita que intervém militarmente no Iêmen.
Crianças iemenita desnutrida recebia tratamento em hospital de Sanaa, na quarta-feira (22) (Foto: Mohammed Huwais / AFP) |
A coalizão interveio no país em março de 2015 para impedir a progressão dos rebeldes iemenitas huthis diante das forças governamentais.
Em novembro, impôs um bloqueio total ao país depois que os rebeldes - que controlam a capital Sanaa e Hodeida - dispararam um míssil balístico em direção a Arábia Saudita em 4 de novembro. O artefato foi interceptado acima do aeroporto internacional de Riad.
Fome em massa
Em 8 de novembro, o chefe de ajuda das Nações Unidas tinha alertado que o país enfrenta uma fome em massa que poderia afetar milhões de vidas se a Arábia Saudita não colocasse fim ao bloqueio. O Iêmen enfrenta ainda epidemia de cólera.
Na quarta-feira (22), a coalizão anunciou a reabertura do porto de Hodeida e do aeroporto de Sanaa para o transporte de ajuda humanitária, em resposta aos apelos da ONU.
O Unicef anunciou que 1,9 milhão de vacinas contra a poliomielite chegaram na capital iemenita neste sábado.
Avião das Nações Unidas chega à capital do Iêmen, Sanaa, neste sábado (25), após três semansa de bloqueio imposto pela Arábia Saudita (Foto: Mohammed Huwais / AFP) |
Três outros aviões fretados pelo Programa Mundial de Alimentos (PAM) e pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) pousaram neste sábado em Sanaa, mas transportando apenas funcionários, de acordo com o jornalista da AFP no aeroporto.
Um porta-voz do PAM indicou que um navio com ajuda ainda estava aguardando autorização para entrar no porto de Hodeida.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o conflito no Iêmen deixou mais de 7.750 mortos e 50.600 feridos, incluindo muitos civis, desde a intervenção da coalizão militar árabe em março de 2015.