O capitão Enrique Balbi, porta-voz da Marinha da Argentina, afirmou nesta terça-feira que o princípio de incêndio reportado pelo submarino ARA San Juan horas antes de desaparecer não foi considerado como uma emergência ou defeito de grande magnitude pelos comandantes que atuavam no momento.
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"Em todas as comunicações telefônicas que ocorreram, em nenhum momento, nem o comandante da unidade nem o comandante superior considerou esse tema como uma emergência ou como um defeito de grande magnitude porque isso poderia ser solucionado pela alimentação", explicou Balbi em entrevista coletiva.
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Segundo o capitão, o próprio comandante do ARA San Juan, com 22 anos de experiência, considerou que a situação não era uma emergência. "Se fosse assim, ele teria subido para a superfície e informado ao comandante para que lhe indicasse um porto", destacou.
O San Juan reportou às 0h30 no horário local do dia 15 de novembro, pouco antes de aparecer, uma "entrada de água pelo snorkel". O líquido caiu sobre o sistema de ventilação e uma bateria, provocando um curto-circuito e um princípio de incêndio, com alguma fumaça, mas sem fogo.
O capitão explicou ontem que esse curto-circuito foi resolvido e a bateria foi isolada eletricamente. O submarino então prosseguiu em imersão para chegar à base de Mar del Plata, seu percurso original.
Apesar de os problemas com as baterias do submarino já serem conhecidos, até então não havia detalhes da situação.
Na noite de ontem, a imprensa argentina divulgou o texto dessa comunicação enviada pelo submarino por parte do capitão Claudio Javier Villamide, no qual o problema é explicado.
Depois de a Marinha ter sido criticada por não ter informado sobre a mensagem, revelada por uma emissora local, Balbi esclareceu que o defeito foi informado há mais de uma semana. No entanto, ele afirmou que não podia falar publicamente sobre o problema porque acabaria descumprindo a legislação do país.
Balbi revelou hoje que na madrugada de quarta-feira houve a primeira comunicação telefônica entre o comandante e seu superior para informar o problema. Depois, uma mensagem foi enviada por escrito e em um novo contato via satélite, a última ocorrida.
"Sanado o defeito, ele seguiu navegando", ressaltou o porta-voz.
Atualmente, a busca pelo submarino é focada na região onde houve uma explosão no mesmo dia em que ele desapareceu. A Marinha considera que essa explosão pode ter ocorrido por causa de uma concentração de hidrogênio dentro da embarcação.