O verdadeiro objetivo a longo prazo da nova estratégia militar do presidente Donald Trump para o Afeganistão é cercar e conter a Rússia e evitar a sua crescente influência nas regiões da Ásia Central e do Sul, disseram analistas ouvidos pela Sputnik Internacional.
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Em 21 de agosto, o mandatário estadunidense afirmou que, para combater o terrorismo, Washington irá aumentar seu efetivo militar no Afeganistão. Entretanto, Trump não forneceu mais detalhes sobre as mudanças.
Donald Trump, presidente dos EUA © REUTERS/ Jonathan Ernst |
Para o professor da Universidade da Califórnia Beau Grosscup, o republicano tem metas não declaradas:
"O objetivo estratégico maior é manter o cerco à Rússia para evitar o surgimento de um poder concorrente e o acesso aos valiosos recursos minerais que o presidente Trump reconheceu recentemente que foram relatados há mais de uma década."
A decisão de expandir o número das tropas dos EUA no Afeganistão marca a quebra de uma das promessas de campanha de Trump. Assim como seu antecessor, Barack Obama, o atual ocupante da Casa Branca havia prometido retirar os EUA do conflito.
Grosscup acredita que o plano de Trump é, também, uma influência dos militares próximos do presidente, como secretário de Defesa, James Mattis, o conselheiro de segurança nacional, H.R. McMaster, e o chefe de gabinete John Kelly.
O especialista em Afeganistão e membro da ONG Vozes pela Não Violência Criativa Brian Terrel concorda a avaliação.
"Eu acho que Trump está usando a guerra como um chamado à unidade… [Para Trump] a guerra de 16 anos contra o povo afegão é uma manifestação mais real, mais séria e perigosa de racismo do que uma marcha de KKK", disse Terrel.