Foi iniciada a implantação progressiva da Força de Proteção Regional autorizada pelas Nações Unidas no Sudão do Sul. A chegada de novas tropas permite que forças de paz existentes ampliem sua presença às áreas afetadas pelo conflito para além da capital, Juba.
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Apesar do acordo de paz de agosto de 2015, o Sudão do Sul voltou a entrar em conflito devido a confrontos entre forças rivais — o braço do Exército Popular de Libertação do Sudão (SPLA, na sigla em inglês), fiel ao presidente Salva Kiir, e o braço do SPLA na oposição, apoiando o antigo primeiro vice-presidente, Riek Machar.
David Shearer, representante especial do secretário-geral e chefe da Missão das Nações Unidas no Sudão do Sul (UNMISS, na sigla em inglês) em Juba na chegada da força regional mandatada pela ONU no país. Foto: ONU/Isaac Billy |
“Ter tropas adicionais significa que podemos realizar mais tarefas relacionadas ao nosso mandato, proteger civis e construir uma paz duradoura”, disse o chefe da Missão das Nações Unidas no Sudão do Sul (UNMISS), David Shearer, em coletiva de imprensa realizada na terça-feira (8), em Juba.
A implementação da Força de Proteção Regional, de 4 mil oficiais, foi autorizada pelo Conselho de Segurança da ONU através da Resolução 2304, em 2016. A UNMISS diz que a força protegerá instalações importantes na capital do país, Juba, e as principais rotas para dentro e fora da cidade. Também fortalecerá o serviço da ONU de proteção de áreas civis e de instalações da própria organização.
Shearer disse que a chegada do primeiro grupo de soldados ruandeses, em adição a uma companhia de alta prontidão nepalesa e mais de 100 engenheiros bengalis que já se encontram no local, marca o início da implantação progressiva da Força de Proteção Regional.
Isso permitirá que as tropas existentes da UNMISS, posicionadas em Juba, sejam desdobradas a diferentes locais do país para proteger civis, apoiar a assistência humanitária e monitorar e denunciar abusos de direitos humanos.
“Por exemplo, isso nos permitiria colocar mais patrulhas em estradas inseguras onde já ocorreram ataques a comboios civis — como as estradas Juba-Nimule e Juba-Bor”, disse Shearer.
Segundo Shearer, a Força de Proteção Regional possui um mandato próprio, mas será operada sob o comando da UNMISS.