Exercícios serão realizados nos dias 26 e 27 de agosto. Trump disse que EUA consideram opção militar na Venezuela.
Por G1
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ordenou nesta segunda-feira (14) a realização de exercícios da Força Armada em todo o país em 26 e 27 de agosto, após a advertência do chefe de Estado americano, Donald Trump, de que pode usar a opção militar no país petroleiro.
O ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino Lopez, concede coletiva de imprensa nesta segunda-feira (14) rodeado de tanques de guerra e centenas de soldados armados no complexo militar de Fuerte Tiuna, em Caracas (Foto: FEDERICO PARRA / AFP) |
"Dei a ordem ao Estado Maior Superior da Força Armada para iniciar os preparativos para um exercício nacional, cívico militar de defesa integral armada da pátria venezuelana", anunciou Maduro diante de uma multidão de simpatizantes.
"Vamos continuar na rua protestando contra qualquer forma de ingerência do imperialismo, seja diretamente ou com seus aliados na América Latina. Exigimos respeito", havia dito mais cedo o poderoso dirigente chavista Diosdado Cabello na manifestação.
O presidente venezuelano criticou os comentários de Trump, de que os EUA consideram uma opção militar para a Venezuela, mas disse que mantém seu pedido para conversar com o americano. Maduro falou após uma marcha de militares realizada contra a advertência de Trump.
"Quero falar por telefone com Trump. Para explicar a ele: 'senhor Trump, estão te enganando. Tudo o que dizem sobre a Venezuela para você é mentira'", afirmou.
Os Estados Unidos impuseram recentemente sanções financeiras e jurídicas contra Maduro e 20 de seus funcionários e ex-colaboradores, acusando-os de ruptura da ordem democrática, de corrupção e de violação de direitos humanos.
Marcha de militares
Milhares de venezuelanos, inclusive militares, marcham nesta segunda em Caracas para repudiar a advertência Trump. Com uma música ressoando pelo alto-falante "Yankee go home!", seguidores do governo, vestidos de vermelho, foram até o palácio presidencial de Miraflores, à espera de Maduro.
Funcionários do governo lideraram as manifestações em diferentes cidades do país. A Força Armada, principal base de sustentação do regime, reiterou sua lealdade a Maduro e se disse pronta para enfrentar uma agressão militar.
Rodeado de tanques de guerra e centenas de soldados armados no complexo militar de Fuerte Tiuna, em Caracas, o ministro da Defesa, general Vladimir Padrino López, classificou de "delirantes" e "loucas" as ameaças de Trump.
"Aparentemente se esgotaram todas as vias, todos os métodos do golpe suave (...) e o império norte-americano deixou cair a máscara para ir pela via direta da agressão militar", disse Padrino López.