O novo ministro do governo japonês para assuntos de Okinawa e "territórios do norte" – quatro ilhas russas (do arquipélago das ilhas Curilas) disputadas por Tóquio, Tetsuma Esaki, manifestou-se a favor da revisão dos acordos com os EUA quanto ao estatuto das tropas norte-americanas.
Sputnik
"É necessário rever mais um pouco o acordo sobre estatuto das Forças [Armadas dos EUA]", a agência Kyodo cita as palavras do novo ministro.
Militares norte-americanos com um F-22 Raptor ao fundo na base militar dos EUA em Okinawa © AFP 2017/ Yoshikazu TSUNO |
De acordo com ele, "o governo deve responder apropriadamente às emoções dos civis e dizer aos EUA o que deve ser dito, mesmo que leve tempo, mas reagir é vital".
Segundo sublinha a agência, Tetsuma Esaki é responsável pelos assuntos ligados ao desenvolvimento econômico da prefeitura de Okinawa. Por esta razão, não é comum que ele levante questões tão sensíveis, como a revisão do estatuto das tropas estadunidenses.
Destaca-se que o ministro fez esse anúncio quando o governo do Japão pediu aos EUA para parar voos de aeronaves militares Osprey após queda de um helicóptero militar deste mesmo modelo na costa leste da Austrália.
O vice-governador de Okinawa, Moritake Tomikawa, encontrou-se com o comandante das forças dos EUA em Okinawa, o tenente-general Lawrence Nicholson, e expressou seu descontentamento pelos EUA não cessarem os voos de aeronaves Osprey apesar das repetitivas solicitações das autoridades locais e dos residentes.
Apesar de o vice-governador de Okinawa ter pedido aos EUA para interromper o uso dos Ospreys pelo menos até o fim da investigação do acidente ocorrido, a emissora revelou que os voos continuam sendo realizados na região saindo da base norte-americana de Futenma, na mesma prefeitura. O responsável militar dos EUA respondeu que os "helicópteros Osprey voam por todo o mundo e a política militar é assim mesmo".
Segundo dados fornecidos à Sputnik pela administração da prefeitura, em Okinawa há 25.800 militares norte-americanos e 19.000 familiares e civis dos EUA. A região comporta 70% de todas as estruturas militares dos EUA no Japão, embora Okinawa represente apenas 1% do território japonês.
Além do incômodo psicológico causado pelo barulho das aeronaves, os habitantes de Okinawa se preocupam com a poluição ambiental e o aumento da criminalidade — provocados pela base aérea.
Em janeiro desse ano, os EUA e o Japão assinaram o acordo que limita a imunidade jurídica de alguns militares que estão em serviço nessa base.