A Coreia do Norte e outros países envolvidos na tensa situação política na península da Coreia devem "manter discrição" e "evitar pôr em prática ações que agravem as tensões", afirmou nesta terça-feira (29) a porta-voz da chancelaria da China, Hua Chunying.
Sputnik
Hua declarou que "o diálogo e as conversações pacíficas" são "a única maneira" de diminuir as tensões na península. Suas palavras contrastam com as do primeiro- ministro japonês, Shinzo Abe, que anteriormente declarou ter firmado acordo com Donald Trump para aumentar a pressão contra a Coreia do Norte, depois do lançamento de um míssil de Pyongyang que sobrevoou o arquipélago japonês. Abe solicitou também "uma reunião de urgência na ONU".
Porta-voz da chancelaria da China, Hua Chunying © REUTERS/ Jason Lee |
"EUA já realizaram tantos exercícios!", exclamou Hua antes de perguntar de uma maneira retórica se essas demonstrações de poder contribuíram para resolver a crise norte-coreana. Os exercícios militares, aos quais se referiu a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, são os exercícios anuais Ulchi-Freedom Guardian, que estão sendo realizados pelos EUA e pela Coreia do Sul – e que serão encerrados no dia 31 de agosto – na península.
Na semana passada, Moscou também expressou a mesma visão, quando a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova chamou a atenção de todas as partes envolvidas na crise da península da Coreia para reduzir suas atividades militares. "É essencial retomar o processo de negociação, mas primeiro é necessário reduzir a atividade militar na região", disse a diplomata.
O míssil balístico lançado pela Coreia do Norte na madrugada da terça-feira (29) teve um alcance de cerca de 2.700 quilômetros e atingiu 550 km de altitude. Partiu da região de Sunan, que fica perto de Pyongyang, às 05h57 (horário local), informaram os militares sul-coreanos.