As palavras da presidente da Lituânia Dalia Grybauskaite sobre a racionalidade de instalação de sistemas de mísseis norte-americanos Patriot nos países do Báltico podem levar a uma nova vaga de escalada na região, comunicou à Sputnik o funcionário do MRE russo Mikhail Ulyanov.
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Na quinta-feira, Grybauskaite assistiu aos exercícios da OTAN Tobruq Legacy 2017 na cidade de Siauliai. No seu discurso, a presidente declarou a necessidade da presença permanente de sistemas de mísseis norte-americanos nos países do Báltico. De acordo com ela, isso garantiria "um nível mais alto de segurança a todos os nossos países".
Mísseis norte-americanos Patriot instalados na Polônia © Sputnik/ Igor Zarembo |
"Esta declaração sinaliza a continuação da linha política de Vilnius destinada à escalada das tensões e ao reforço dos armamentos, além disso, não de seus próprios, mas dos armamentos de terceiros países perto das fronteiras russas", acrescentou Ulyanov.
De acordo com ele, não é claro como esta linha pode contribuir para o reforço da segurança na região do Báltico e para a segurança da própria Lituânia. A posição de Vilnius não coincide com "a linha dos aliados da Lituânia na OTAN e na União Europeia que se preocupam seriamente com as tendências no continente europeu".
"Vou lembrar que no final do ano passado, durante a reunião da OSCE ao nível ministerial, foi aprovada a decisão, por iniciativa da Alemanha, sobre o início de um 'diálogo estrutural' no domínio da segurança. Apesar de a Lituânia se ter juntado a essa decisão, é evidente que na sua política nacional Vilnius aposta não no diálogo, mas no reforço da oposição militar", acrescentou Ulyanov.
Em julho de 2016, durante a cúpula da OTAN em Varsóvia, foi aprovada a decisão sobre o "reforço do flanco oriental", onde a Aliança pretende instalar batalhões internacionais na Lituânia, Letônia, Estônia e Polônia.
Moscou tem repetidamente sublinhado que a Rússia nunca vai atacar qualquer país da OTAN. De acordo com o ministro das Relações Exteriores da Rússia Sergei Lavrov, todos na OTAN sabem disso e utilizam a ameaça russa como um pretexto para o posicionamento de forças adicionais na região.