Um dia após o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, opor-se ao cessar-fogo em algumas regiões da Síria, acordado pela Rússia e pelos EUA, o ex-chefe do Conselho Nacional de Segurança do país convocou Israel para considerar realização de ações militares a fim de impedir que o Irã e Hezbollah criem bases permanentes no país.
Sputnik
"Não permitiremos que iranianos e Hezbollah sejam as forças ganhadoras da guerra mais brutal na Síria", disse Yaakov Amidror na segunda-feira (17), para que eles mais tarde não desloquem sua atenção para Israel dos campos do país abalado pela guerra, quase nas fronteiras israelenses.
Soldados israelenses © AP Photo/ Mahmoud Illean |
As Forças de defesa de Israel poderão então "intervir e destruir qualquer tentativa de construir infraestrutura [iraniana permanente] na Síria", avisou Yaakov Amidror, citado pelo Jerusalem Post.
"Afinal de contas, é nossa responsabilidade, não dos americanos, nem dos russos, de nos proteger", disse. "Tomaremos todas as medidas necessárias para isso."
Amirdor sublinhou que a diplomacia não pode ser descartada, mas seus comentários demonstram que nos círculos influentes israelenses está sendo formada uma atitude radical. O ex-chefe de Segurança e membro do Centro de Estudos Estratégicos Begin-Sadat, Yaakov Amidror, continua mantendo contato com Netanyahu, frisou o Jerusalem Post.
"Israel sempre viu o Irã e o Hezbollah como a maior ameaça na fronteira do norte, e não os terroristas do movimento salafista. Então, todas as vezes que Israel interviu militarmente foram contra este inimigo", disse na segunda-feira (17) à Sputnik Max Abrahms, do Conselho de Relações Exteriores.
Vale destacar que EUA e Israel não partilham a mesma opinião sobre ameaças, pois a maioria dos norte-americanos considera grupos sunitas radicais [Daesh e Al-Qaeda] como as maiores ameaças, ao invés do irã e do Hezbollah", acrescentou Abrahms, também professor da Universidade do Nordeste (Northeastern University, em inglês), EUA.
Na segunda-feira (17), o político sírio, Tarek Ahmad, ressaltou para a Sputnik que a ideia de proteção de Israel do Irã pode ser um pretexto israelense para apoiar a Frente al-Nusra e outras divisões extremistas. "Os israelenses não apenas estão protegendo suas fronteiras no sul da Síria, mas cooperando com a Frente al-Nusra e grupos terroristas afiliados.