O Ministério da Defesa da Rússia contestou o relatório divulgado nesta segunda-feira pela organização não-governamental Humam Rights Watch (HRW) que assegurou que houve uso de armas químicas por parte do regime sírio de Bashar Assad.
Sputnik
Segundo as autoridades russas, as munições das forças sírias não foram equipadas ou projetadas para lançar produtos químicos como o gás sarin. A contestação aconteceu nesta terça-feira.
Sírios após o alegado ataque químico em Khan Cheikhoun © REUTERS/ Ammar Abdullah |
A HRW apontou que ocorreram ataques “generalizados e sistemáticos” com armas químicas contra civis na Síria. Os incidentes teriam acontecido em quatro ocasiões diferentes desde dezembro, segundo a ONG.
“Nos últimos seis meses, o governo usou aviões de guerra, helicópteros e forças terrestres para lançar cloro e sarin em Damasco, Hama, Idlib e Aleppo”, afirmou o diretor-executivo da HRW, Kenneth Roth.
O uso de armas químicas estaria, de acordo com a ONG, se tornando “a parte central da estratégia militar síria”.
No episódio mais recente em 4 de abril, um incidente com armas químicas matou 80 pessoas – incluindo 30 crianças – e feriu outras 200 em Khan Shaykhun. Acusado pelo ataque, o governo liderado por Bashar Assad negou ter sido o responsável.
Em represália, os Estados Unidos lançaram 59 mísseis Tomahawk a partir de navios de guerra atracados no Mar Mediterrâneo contra a base síria de Shayrat, na província síria de Homs, no dia 7 de abril.
O governo sírio sempre negou o uso de armas químicas. Uma fonte do Exército sírio disse à Sputnik que as forças do governo não possuem armas químicas em seu arsenal. A ataque químico teria sido coordenado por militantes contrários ao regime de Assad.
A HRW diz ter encontrado vestígios em uma cratera atingida pela bomba química em Khan Shaykhun que seriam de uma bomba fabricada pela União Soviética, esta utilizada para empregar armamento químico.
De acordo com o Ministério da Defesa russo, a arma em questão apontada pela HRW (Hab-250) nunca foi exportada e está fora de uso há muito tempo. O Kremlin reforçou ainda que a chegada de especialistas à região de Idlib nos próximos dias ajudará a esclarecer o que houve em 4 de abril.