A Turquia deslocou a fronteira nacional para dentro da Síria na região do rio Afrin, ocupando de fato o território sírio, disse o embaixador da Síria na Rússia Riad Haddad à Sputnik.
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"A Turquia usou a seca do rio Afrin ao sudoeste da cidade de Jenderis e deslocou o arrame farpado que marca a fronteira entre nossos países dentro do território sírio como se fosse terra turca. Assim, estamos perante uma ocupação", disse o embaixador.
Ofensiva da Turquia na Síria © REUTERS/ Revolutionary Forces of Syria Media Office |
Ele destacou que Ancara também ocupou algumas regiões da província de Idlib e adicionou que o exército turco entrou em várias vilas da província de Latakia, derrubou centenas de oliveiras. Além disso, na região de Dimkadash, os militares ocuparam um monte perto da cidade de Afrin, tendo instalado equipamento pesado e blindado. Segundo Haddad, os militares turcos iniciam os preparativos para construir um muro dividindo o território ocupado e a Síria.
Damasco pede à comunidade internacional para pressionar a Turquia para que esta pare sua operação no norte da Síria, já que as afirmações sobre o encerramento da operação contradizem a situação real, disse o embaixador sírio.
Segundo o diplomata, a Síria também iniciou a discussão do assunto no Conselho de Segurança da ONU e examina o problema junto com o Centro para a Reconciliação na Síria russo.
"Naturalmente, o assunto foi levado, mas primeiramente, o governo levou a questão no Conselho de Segurança da ONU. Nossos amigos no Centro para a Reconciliação sabem disso e resolvem o problema junto com nosso governo. O governo sírio pede oficialmente à comunidade internacional para pressionar a Turquia para ela parar as ações", disse Haddad.
O Exército turco lançou a operação Escudo de Eufrates contra os terroristas do Daesh na Síria em 24 de agosto de 2016. As unidades turcas aliadas da oposição síria estabeleceram o controle sobre as cidades de Jarablous e Al-Bab. Erdogan acrescentou que a campanha turca na Síria teve como objetivo libertar a região fronteiriça de 5 mil quilômetros e criar uma zona da segurança destinada para os refugiados.