República da Coreia do Norte declarou que está preparada para responder a qualquer ação agressiva do lado dos Estados Unidos. O especialista militar Pavel Zolotarev opinou, no ar do serviço russo da rádio Sputnik, que essa confrontação pode provocar a escalada do conflito.
Sputnik
O Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Norte acredita que a presença do grupo aeronaval de ataque americano perto da península da Coreia mostra as intenções agressivas dos Estados Unidos às quais a Coreia do Norte está preparada para responder, informa a Agência Telegráfica Central da Coreia.
Lançamento de mísseis balísticos da Coreia do Norte © REUTERS/ KCNA |
A agência citou as palavras da porta-voz do Ministério do Exterior da Coreia do Norte: “[O envio do porta-aviões nuclear USS Carl Vinson para as águas costeiras da península da Coreia] prova que o cenário de invasão pelos Estados Unidos da Coreia do Norte já atingiu uma fase séria. Se os Estados Unidos ousarem desencadear uma guerra gritando slogans sobre ‘ataque preventivo’ e ‘destruição de quartéis-generais’ a Coreia do Norte está preparada para reagir com qualquer forma de guerra desejada pelos EUA.”
Nesta declaração também foi dito que a Coreia do Norte não mendiga a paz, mas está “sempre pronta a se proteger pela força das armas”.
Antes, foi divulgado que a força de ataque da Marinha dos EUA com o porta-aviões Carl Vinson se dirige para a região da península da Coreia. A força também inclui dois destróieres e um cruzador com mísseis guiados que podem interceptar mísseis balísticos. Neste domingo, o conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos Herbert McMaster sublinhou a legitimidade desta decisão referindo que a existência do arsenal nuclear de Pyongyang é “inaceitável”. Ele acrescentou que Donald Trump pediu aos militares para estarem preparados para “apresentar toda a gama de possibilidades para eliminar esta ameaça”.
Pavel Zolotarev, vice-diretor do Instituto dos Estados Unidos e Canadá da Academia de Ciências da Rússia e major-general aposentado, opina que o envio da força aeronaval americana para perto da península da Coreia pode ser vista como uma projeção de força.
“Já quanto à possibilidade de efetuar um ataque, talvez alguém possa ter a ideia de repetir a eficácia do bombardeamento israelita das instalações nucleares no território do Iraque daquela altura. Isso parou o programa nuclear do Iraque, mas aqui a situação é completamente diferente. A Coreia do Norte pode responder e pode responder com eficácia: pode efetuar um ataque com artilharia e a capital da Coreia do Sul estará na zona de alcance de tiro, e isso pode provocar uma escalada do conflito em que possa ser necessária a intervenção dos Estados Unidos e a proteção da Coreia do Sul pelas forças armadas americanas”, diz Pavel Zolotarev no ar do serviço russo da rádio Sputnik.
Ao mesmo tempo, segundo a opinião dele, nos Estados Unidos, bem como na Coreia do Sul, todos entendem o perigo da situação.
“Eu penso que os militares americanos têm cabeças lúcidas. Não foi por acaso que eles avisaram os seus colegas russos sobre o ataque iminentes ao aeródromo na Síria. Assim, temos que nos preocupar mais com as cabeças lúcidas dos políticos. Quanto à Coreia do Sul, eles compreendem que não têm capacidade para se defenderem de um ataque da Coreia do Norte e quem vai sofrer em primeiro lugar serão os sul-coreanos. Os americanos ficarão de lado”, explicou o especialista militar.