Suposto bombardeio atinge província de Idlib, no noroeste do país. Crianças estariam entre mortos, e há relatos de feridos com sintomas de asfixia. Oposição fala em "massacre" e responsabiliza regime de Bashar al-Assad.
Deutch Welle
Ao menos 58 pessoas, entre elas crianças, morreram num ataque aéreo envolvendo gás tóxico no noroeste da Síria, comunicou o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH) nesta terça-feira (04/04).
Homem é tratado em hospital após suposto ataque químico em Idlib |
Citando fontes médicas e ativistas, o OSDH afirma que o ataque, executado por aviões não identificados, atingiu a cidade de Khan Cheikhoun, na província de Idlib. A ONG indicou que muitos dos feridos apresentaram sintomas de asfixia, vômitos e dificuldade de respirar.
O opositor Conselho Local de Khan Cheikhoun declarou via comunicado que houve quatro bombardeios com bombas termobáricas que continham gás cloro e gás sarin, deixando cerca de 200 feridos.
O conselho publicou fotos de várias vítimas, algumas menores de idade, deitadas no chão. Uma delas mostra uma equipe médica jogando água no corpo de um jovem. Ativistas também publicaram fotos nas redes sociais de crianças mortas empilhadas.
A Coalizão Nacional Síria, um grupo de oposição ao regime do presidente do país, Bashar al-Assad, descreveu o ataque como um "massacre". A aliança acusa o regime de executar o ataque e convocou o Conselho de Segurança da ONU a realizar uma reunião de emergência sobre o assunto.
A maior parte da província de Idlib está sob controle de facções rebeldes e islâmicas, entre elas a organização Libertação do Levante, aliança formada em torno da ex-filial síria da Al Qaeda.
Nos últimos dias foram registrados vários bombardeios, alegadamente com gases, no norte da Síria. Em 30 de março, mais de 50 pessoas ficaram feridas ou com sintomas de asfixia devido a ataques com aviões e helicópteros não identificados, alguns com substâncias químicas, na província de Hama, vizinha de Idlib.