Governo japonês tomou a decisão de enviar seu maior navio de guerra ao mar do Sul da China e ao oceano Índico para uma campanha naval de três meses.
Sputnik
Este passo pode ser considerado como a maior ampliação da zona de atuação da Marinha japonesa desde a Segunda Guerra Mundial, destaca o especialista militar Vasily Kashin em um comentário para a Sputnik China.
Izumo, destroier porta-helicópteros japonês © AFP 2017/ TORU YAMANAKA |
Izumo é um navio enorme da classe de destróieres porta-helicópteros, que existe apenas no Japão. Em outras partes do mundo ele seria um porta-helicópteros ou porta-aviões leve. O deslocamento total do Izumo é de 27.000 toneladas e nesta caraterística ele supera os porta-aviões leves europeus e corresponde aproximadamente a alguns navios de desembarque americanos.
Teoricamente o Izumo pode ser equipado com aviões de decolagem vertical F-35B e então seria um porta-aviões leve completo. Mas atualmente não se sabe nada sobre os planos do Japão em relação às compras de F-35B. É muito provável que o convés do Izumo precise ser um pouco alterado para este tipo de aviões.
"Mesmo com helicópteros, o navio tem um poder imenso. Habitualmente ele tem 9 helicópteros, mas caso seja necessário seu número pode ser aumentado", explica Vasily Kashin.
Os helicópteros também podem ser usados para operações de reconhecimento e indicação de alvos aos navios com mísseis antinavio. É possível supor que junto com o Izumo da campanha participe um dos destróieres japoneses mais modernos.
"Sem dúvida, isto será uma demonstração do poder e das novas capacidades da marinha japonesa e das suas capacidades para projetar a força nas áreas mais distantes do mundo", sublinha o especialista militar russo.
Isto provocará uma reação negativa da China, que por sua vez já tem um porta-aviões e está construindo outros dois, que serão capazes de cumprir um leque de tarefas mais vasto. Mas a marinha japonesa é apenas uma pequena parte da força naval conjunta com os EUA na parte ocidental do oceano Pacífico, e os americanos de qualquer maneira têm mais capacidades de aplicar meios aeronavais do que a China. Mas, graças ao Izumo, os EUA não precisarão de usar seus navios grandes para proteger as vias de comunicação.
As vias de comunicação significam muito para o Japão, pais que depende completamente das importações de matérias-primas vitais.
"O medo perante o desenvolvimento rápido da frota submarina chinesa é uma força motriz para a construção de navios da classe Izumo. Além disso, a existência de uma unidade de combate tão poderosa aumenta o prestigio da frota japonesa e contribui para a ampliação dos contatos com outras marinhas asiáticas e faz do Japão um parceiro mais desejável para os EUA", conclui Vasily Kashin.