Militares das Forças Armadas atuaram durante crise na segurança.Despesa será 100% arcada pelo orçamento federal, disse Jungmann.
Naiara Arpini e Manoela Albuquerque | G1 ES
A atuação das Forças Armadas no Espírito Santo custou R$ 37,5 milhões, segundo o ministro da Defesa, Raul Jungmann. Ele veio ao estado nesta terça-feira (7) para apresentar um balanço sobre a Operação Capixaba, realizada durante a crise de segurança.
Ministro da Defesa faz balanço da atuação das Forças Armadas no Espírito Santo (Foto: Manoela Albuquerque/ G1) |
“O custo dessa operação foi de R$ 37,5 milhões e será 100% arcado pelo orçamento federal, mas quero dizer que o custo maior foi o descontrole, as vidas perdidas, o medo e a insegurança vividos pela Grande Vitória e pelo Espírito Santo", disse o ministro.
Juggman explicou os gastos. "Foram 67 mil litros de óleo diesel. Tivemos mais ou menos o correspondente em termos de querosene de aviação. Você tem a manutenção da aeronave, alimentação, saúde, equipamento, serviços diversos, como lavanderia. Tudo isso envolveu esse custo”, disse.
O ministro ainda disse que são investigadas possíveis intenções políticas no movimento das mulheres de policiais militares e que os responsáveis serão punidos.
Desde o dia 6 de fevereiro, cerca de 3.450 homens das Forças Armadas e da Força Nacional atuaram no estado em ações de patrulhamento, postos de bloqueio e outras ações, durante a paralisação da Polícia Militar. Familiares acamparam nas portas dos batalhões do estado e impediram que os policiais saíssem para o patrulhamento.
Os militares da Força Nacional e das Forças Armadas ficaram no Espírito Santo por aproximadamente 30 dias, para realizar a chamada Operação Capixaba. Desde sábado (3), mil homens foram embora. Até a quinta-feira, o restante das Forças Armadas deixa o estado.
"Eu não poderia deixar de expressar, em nome da Força-tarefa Capixaba, o nosso sentimento de gratidão eterno ao povo capixaba, que nos acolheu como verdadeiros filhos desta terra. Levaremos daqui a saudade dos momentos em que tivemos o apoio incondicional da população, que nos aplaudiu nas ruas, que manifestou que estava ao nosso lado. A queda do número de homicídios, entre outros fatores, mostra que nossa missão surtiu o efeito esperado", falou o general Carlos Katibe, comandante da operação.
O secretário de Segurança Pública, André Garcia, falou sobre a situação exepcional pela qual o estado passou e agradeceu o apoio do governo federal. De acordo com ele, daqui para frente, o objetivo é trabalhar o diálogo da polícia com a sociedade e manter a ordem.
"Vivemos episódios lamentáveis, tristes, que esperamos não viver mais. Ninguém é vencedor num processo como esse. Quem tem que ganhar é a sociedade e a sociedade perdeu muito com esses dias de caos em função da falta de prestação de um serviço essencial que não pode ser interrompido".
Números
De acordo com o Ministério da Defesa, a operação contou com 3.169 homens das Forças Armadas, sendo 2.637 do Exército, 382 da Marinha e 150 da Força Aérea. Também atuaram no Espírito Santo 287 militares da Força Nacional. Quatro helicópteros, 227 viaturas e sete blindados foram usados.
A operação resultou em 490 pontos de bloqueio em vias urbanas, 1.585 patrulhas, 11.645 abordagens, 108 prisões e 260 horas de voo de helicóptero.
Agradecimento aos militares
No início da tarde, o ministro discursou em agradecimento aos militares das Forças Armadas pelo empenho na operação realizada no Espírito Santo.
“Eu sei que os senhores estão há aproximadamente 30 dias longe de casa, dos seus familiares, do conforto, dos afetos. Eu sei que os que os senhores encontraram aqui foram horas de trabalho, de dureza, muitas vezes desconforto, cansaço. O que vocês vão levar para casa depois de todo o esforço são as horas de segurança, as escolas e as crianças que hoje estão podendo estudar. Levarão, sem sombra de dúvida, o agradecimento de uma população, que hoje pode se transportar para escola, para o trabalho, para a vida. A gratidão pelas vidas poupadas, pelo retorno à ordem. Os senhores voltarão maiores, mais experientes", disse.