A administração do presidente cessante dos EUA, Barack Obama, contava com que o alastramento do Daesh, agrupamento terrorista radical, levasse a Rússia a negociar com Washington quanto à destituição de Assad, diz o jornal Washington Times, citando gravações dos comentários do atual secretário de Estado norte-americano, John Kerry.
Sputnik
Antes de a Rússia começar a prestar apoio militar à Síria no âmbito do combate aos radicais, a administração de Barack Obama acreditava que a expansão do Daesh ajudaria a fazer com que o presidente sírio, Bashar Assad, participasse das negociações com Washington, diz a edição.
Secretário de Estado dos EUA John Kerry © AFP 2016/ BRENDAN SMIALOWSKI
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Segundo o Washington Times, tais declarações foram feitas pelo secretário de Estado norte-americano, John Kerry, durante uma conversa a portas fechadas com ativistas sírios, à margem de uma sessão da Assembleia Geral da ONU, sendo que foram gravadas na época e vazadas alguns meses depois.
Mais cedo, o site WikiLeaks divulgou um link com a gravação áudio da conversa de Kerry, datada de outubro do ano passado.
"O que levou a Rússia a entrar [na Síria]" foi o fortalecimento do Daesh", disse Kerry. "[O Daesh] estava ameaçando a hipótese de chegar a Damasco e por aí adiante. Estávamos acompanhando isso. Víamos que [o Daesh] estava ganhando força e pensávamos que Assad estava em perigo [de ser destituído]", adiantou.
O conflito armado na Síria continua desde março de 2011. As tropas governamentais estão se opondo aos militantes de vários agrupamentos armados. Desde 30 de setembro de 2015, a pedido do presidente sírio Bashar Assad, a Rússia começou a efetuar ataques aéreos contra as posições dos terroristas no território sírio.