Rebeldes e representantes do governo negociam por "mediação". Reuniões foram "longas e produtivas", segundo líder dos rebeldes.
France Presse
O primeiro dia das negociações de paz na Síria entre emissários do presidente Bashar al-Assad e os rebeldes, realizadas em Astana, terminou sem avanços claros nesta segunda-feira à noite (23).
Essas conversas acontecem em um novo contexto nos últimos meses na Síria, após a decisiva intervenção militar russa em apoio ao governo, e em meio à progressiva perda de influência de Washington.
Ao final do primeiro dia de negociações, representantes das duas delegações anunciaram que as discussões do dia tinham terminado.
"As reuniões da nossa delegação terminaram", declarou à AFP uma fonte próxima aos negociadores do governo. O porta-voz dos rebeldes Yehya al-Aridi confirmou a informação.
"Não há mais reuniões hoje (segunda-feira), mas os dois lados trabalham em temas relacionados ao reforço do cessar-fogo", instaurado em 30 de dezembro passado, afirmou Al-Aridi.
A delegação rebelde manteve conversas com os turcos, que estão do seu lado no conflito, mas também com os russos, aliados de Damasco, e com a ONU.
Essas reuniões foram "longas e produtivas", relatou Al-Aridi, acrescentando que debateu "em profundidade" sobre os "problemas políticos" na Síria com o enviado de Moscou.
Encontros por mediação
Essas negociações são as primeiras entre Damasco e os chefes rebeldes com vários milhares de combatentes sob suas ordens e com o controle efetivo do território sírio. Desta vez, a oposição política se limitou a um papel de conselheira.
As negociações começaram no meio da manhã no hotel Rixos, em Astana. Os rebeldes decidiram no último minuto não falar diretamente com os representantes do governo.
Os encontros desta terça-feira também serão realizados por "mediação", acrescentou Al-Aridi.
"Para alcançar um cessar-fogo, para que o banho de sangue cesse, para que as tropas estrangeiras e as milícias abandonem a terra síria (...), faremos tudo o que for necessário", garantiu.
Cessar-fogo
Em suas declarações iniciais, as duas partes disseram esperar que o encontro fortaleça o cessar-fogo, em vigor desde 30 de dezembro, após uma mediação russo-turca. Apesar das violações regulares da trégua, houve redução da violência.
A delegação rebelde insistiu no "cessar das operações militares" e na melhora do ingresso de ajuda humanitária para a população civil, segundo Osama Abu Zeid, um dos porta-vozes.
Os rebeldes também pediram que as milícias iranianas, lideradas pelo Hezbollah e aliadas de Al-Assad, assim como os combatentes curdos do Partido da União Democrática (PYD), sejam designados como "grupos terroristas".
O chefe da delegação de Damasco, o experiente Bashar Jaafari, insistiu na criação de um processo político para resolver o conflito e uma separação estrita entre rebeldes e extremistas do grupo Estado Islâmico (EI) e do Fatah al-Sham (ex-frente Al-Nusra, a Al-Qaeda na Síria).
Se as negociações fracassarem, "não teremos outra opção a não ser continuar combatendo", advertiu Osama Abu Zeid.
Vigilância
O enviado especial da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, que atua como mediador, pediu a criação de um mecanismo de vigilância e de implementação do cessar-fogo no terreno.
"No passado, não tínhamos isso, e é a razão pela qual fracassamos" em solucionar o conflito, declarou, saudando qualquer iniciativa que reforce "a confiança" entre as duas partes.
Os rebeldes apoiam essa proposta.
Esse mecanismo e a entrada de ajuda humanitária seriam "uma base forte que poderia continuar em Genebra", afirmou o porta-voz rebelde Yehya al-Aridim referindo-se às negociações políticas patrocinadas pela ONU que começam em 8 de fevereiro nessa cidade suíça.
"Estamos de acordo em que os russos sejam garantidores (da trégua), mas não os iranianos", aliados, do mesmo modo que Moscou, do governo Al-Assad, disse à AFP outro membro da delegação dos rebeldes.
A trégua é frágil. Os rebeldes rejeitam que as tropas do governo continuem combatendo perto de Wadi Barada, zona-chave para o abastecimento de água potável da capital síria, Damasco.
Na noite de domingo (22), os combates continuaram nessa zona, assim como na região de Damasco, onde o Exército sírio retomou a localidade de Madaya, cidade sob controle rebelde perto da fronteira libanesa, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
Ao final do primeiro dia de negociações, representantes das duas delegações anunciaram que as discussões do dia tinham terminado.
"As reuniões da nossa delegação terminaram", declarou à AFP uma fonte próxima aos negociadores do governo. O porta-voz dos rebeldes Yehya al-Aridi confirmou a informação.
"Não há mais reuniões hoje (segunda-feira), mas os dois lados trabalham em temas relacionados ao reforço do cessar-fogo", instaurado em 30 de dezembro passado, afirmou Al-Aridi.
A delegação rebelde manteve conversas com os turcos, que estão do seu lado no conflito, mas também com os russos, aliados de Damasco, e com a ONU.
Essas reuniões foram "longas e produtivas", relatou Al-Aridi, acrescentando que debateu "em profundidade" sobre os "problemas políticos" na Síria com o enviado de Moscou.
Encontros por mediação
Essas negociações são as primeiras entre Damasco e os chefes rebeldes com vários milhares de combatentes sob suas ordens e com o controle efetivo do território sírio. Desta vez, a oposição política se limitou a um papel de conselheira.
As negociações começaram no meio da manhã no hotel Rixos, em Astana. Os rebeldes decidiram no último minuto não falar diretamente com os representantes do governo.
Os encontros desta terça-feira também serão realizados por "mediação", acrescentou Al-Aridi.
"Para alcançar um cessar-fogo, para que o banho de sangue cesse, para que as tropas estrangeiras e as milícias abandonem a terra síria (...), faremos tudo o que for necessário", garantiu.
Cessar-fogo
Em suas declarações iniciais, as duas partes disseram esperar que o encontro fortaleça o cessar-fogo, em vigor desde 30 de dezembro, após uma mediação russo-turca. Apesar das violações regulares da trégua, houve redução da violência.
A delegação rebelde insistiu no "cessar das operações militares" e na melhora do ingresso de ajuda humanitária para a população civil, segundo Osama Abu Zeid, um dos porta-vozes.
Os rebeldes também pediram que as milícias iranianas, lideradas pelo Hezbollah e aliadas de Al-Assad, assim como os combatentes curdos do Partido da União Democrática (PYD), sejam designados como "grupos terroristas".
O chefe da delegação de Damasco, o experiente Bashar Jaafari, insistiu na criação de um processo político para resolver o conflito e uma separação estrita entre rebeldes e extremistas do grupo Estado Islâmico (EI) e do Fatah al-Sham (ex-frente Al-Nusra, a Al-Qaeda na Síria).
Se as negociações fracassarem, "não teremos outra opção a não ser continuar combatendo", advertiu Osama Abu Zeid.
Vigilância
O enviado especial da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, que atua como mediador, pediu a criação de um mecanismo de vigilância e de implementação do cessar-fogo no terreno.
"No passado, não tínhamos isso, e é a razão pela qual fracassamos" em solucionar o conflito, declarou, saudando qualquer iniciativa que reforce "a confiança" entre as duas partes.
Os rebeldes apoiam essa proposta.
Esse mecanismo e a entrada de ajuda humanitária seriam "uma base forte que poderia continuar em Genebra", afirmou o porta-voz rebelde Yehya al-Aridim referindo-se às negociações políticas patrocinadas pela ONU que começam em 8 de fevereiro nessa cidade suíça.
"Estamos de acordo em que os russos sejam garantidores (da trégua), mas não os iranianos", aliados, do mesmo modo que Moscou, do governo Al-Assad, disse à AFP outro membro da delegação dos rebeldes.
A trégua é frágil. Os rebeldes rejeitam que as tropas do governo continuem combatendo perto de Wadi Barada, zona-chave para o abastecimento de água potável da capital síria, Damasco.
Na noite de domingo (22), os combates continuaram nessa zona, assim como na região de Damasco, onde o Exército sírio retomou a localidade de Madaya, cidade sob controle rebelde perto da fronteira libanesa, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).