Estado Islâmico recuperou cidade, antes libertada pelo exército de Bashar com auxílio russo, e porta-voz de Pútin acusa EUA de 'falta de vontade' de cooperar.
Ígor Rôzin | Gazeta Russa
O porta-voz do Kremlin, Dmítri Peskov, declarou nesta segunda-feira (12) que a retomada de Palmira pelo EI (Estado Islâmico) é um golpe na imagem de toda a comunidade internacional.
Para porta-voz do Kremlin, é preciso uma ação coordenada, principalmente com os EUA, na resolução da crise síria. Foto:Serguêi Guneev/RIA Nôvosti |
"A ameaça de perda de Palmira é um golpe na imagem de toda a humanidade civilizada, que está sendo dilacerada por contradições, sendo exposta a compromissos que não permitem o estabelecimento de cooperação, que se sentam de braços cruzados e nada fazem", disse Peskov.
Peskov também reforçou a ideia de que os EUA não querem realmente cooperar na questão síria, e que a cooperação permitiria evitar um contra-ataque do EI e a perda de Palmira, anunciada no domingo (11).
"Lamentamos também que até agora inexista uma coordenação das ações e uma parceria verdadeira com outros países, sobretudo os EUA, que não querem cooperar", disse Peskov.
Ele acrescentou que o ocorrido apenas confirma a ameaça representada pelo EI.
"Por enquanto, ainda não é possível neutralizar completamente essas ativas ações ofensivas", disse.
Retomada de Palmira
No começo desta segunda-feira, divulgou-se que o exército sírio conseguiu impedir o avanço dos terroristas do EI no leste de Palmira.
No domingo, o EI tomou o controle da cidade de Tadmor, no subúrbio da qual ficam as ruínas de Palmira. O governador da província de Homs, Talial al-Bazari, confirmou que as tropas do governo deixaram Palmira, cedendo posições para o EI, e foram combater nos subúrbios das cidades.
Em março deste ano, as Forças Armadas da Sìria, apoiadas pelas Forças Aeroespaciais da Federação da Rússia, libertaram Palmira dos combatentes do Estado Islâmico.
No período da ocupação, muitos objetos culturais históricos da cidade foram danificados, entre eles alguns listados pela Unesco como patrimômio mundial.
Os terroristas também destruíram completamente um museu nacional ali instalado.