O bombardeio do hospital de campanha russo em Aleppo, na Síria, não foi uma violação do direito humanitário internacional pelas partes em conflito, mas sim um assassinato a sangue frio planejado, afirmou o representante oficial do Ministério da Defesa, Igor Konashenkov.
Sputnik
Mais cedo, foi comunicado que os militantes da chamada oposição síria tinham bombardeado o hospital militar móvel instalado em Aleppo, deixando duas médicas militares russas mortas e um ferido. Além disso, foram feridos vários habitantes locais que tinham chegado para uma consulta.
Hospital móvel russo bombardeado em Aleppo, Síria © Sputnik/ Mikhail Alaeddin
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Passado algum tempo, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha afirmou que os bombardeios dos hospitais em Aleppo são prova de que as partes em conflito não têm capacidade de cumprir seus compromissos de proteger os funcionários dos hospitais.
Igor Konashenkov fez lembrar que o presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha visitou o Ministério da Defesa russo há uma semana e a organização sabe bem qual é o apoio prestado por Moscou aos civis de Aleppo.
"Por isso, não se trata de uma violação do direito humanitário internacional pelas partes 'em conflito', como se diz no comunicado do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, mas sim de um assassinato a sangue frio planejado por militantes", afirmou Konashenkov.
Ele frisou que a morte de qualquer pessoal médico que presta assistência às crianças tem mais de uma dimensão. Segundo disse Konashenkov, "não é apenas uma "violação do direito internacional" ou um ato delinquente, é sempre um "momento de verdade". Com tais crimes, começas a compreender com quem é que estás lidando", frisou o representante do Ministério.
"Por feliz acaso, no momento do bombardeio não havia na sala de registro dezenas de crianças sírias e suas mães das zonas orientais de Aleppo libertadas de terroristas. Devido aos atrasos na circulação de ônibus, elas não tinham ainda chegado. Evitou-se a morte maciça na sala de registro do hospital russo", destacou o general.
Segundo disse Konashenkov, a Rússia contava com uma atitude de respeito para com o trabalho dos médicos em Aleppo por parte do Comitê Internacional da Cruz Vermelha e que este condenasse as ações dos radicais.
"Em vez disso, recebemos comentários cínicos que não são dignos de alto status do Comitê Internacional da Cruz Vermelha e que provam não a imparcialidade de abordagem, mas a ignorância em relação ao assassínio dos médicos russos em Aleppo", resumiu o representante do Ministério da Defesa.