Ataque foi feito em resposta a apelos para alvejar cidadãos de países da coalizão, diz agência do grupo extremista.
G1O grupo extremista Estado Islâmico (EI) afirmou, por meio de sua agência "Amaq news" que o autor de ataque a uma feira natalina em Berlim é um "soldado" do califado, informa o grupo SITE Intel Group, que monitora grupos jihadistas pela internet.
Este é o terceiro ataque com veículo reivindicado pelo EI neste ano, de acordo com a diretora do SITE Intel Group, Rita Katz. Os outros dois foram o de Nice, na França, quando mais de 80 pessoas foram atropeladas, e o de Ohio, nos Estados Unidos, quando nove pessoas foram feridas em universidade.
O Estado Islâmico já divulgou um vídeo que ensina, passo a passo, como qualquer um pode promover um ataque sem o uso de armas de fogo.
Mais cedo, a chanceler alemã, Angela Merkel, já tinha confirmado que o massacre resultou de um "ataque terrorista".
Nesta segunda, um caminhão invadiu uma feira natalina na praça Breitscheid em Berlim, deixando 12 mortos e 48 feridos que foram levados a hospitais. Metade deles já recebeu alta. O ataque aconteceu por volta das 20h locais (17h, no horário de Brasília), quando muitos turistas e moradores faziam compras em uma movimentada feira de Natal de Berlim.
Um suspeito de ser o motorista do caminhão - um paquistanês requerente de asilo - chegou a ser preso, mas foi liberado nesta terça pouco antes do comunicado do Estado Islâmico, por falta de provas. Um polonês foi encontrado morto no caminhão com sinais de golpes. A transportadora para qual ele trabalhava disse que ele era contratado como condutor, mas que não tinha razões para promover o ataque.
A polícia suspeita que o veículo foi roubado na Polônia. A pessoa que conduziu o caminhão no momento do ataque estaria foragida. "Talvez tenhamos um criminoso perigoso na região e isto, obviamente, deixa as pessoas nervosas", advertiu o chefe da polícia berlinesa, Klaus Kandt. "Obviamente, estamos aumentando as medidas de segurança. Agora é necessário um nível de alerta elevado", acrescentou.
Pouco depois que o suspeito foi liberado, o ministro alemão do Interior Thomas de Maiziere disse que não há dúvidas de que se trata de um ataque, mas que os motivos ainda não estão claros. Segundo de Maiziere, a polícia está seguindo várias pistas.
Ele também disse que ainda não se sabe se há estrangeiros entre as vítimas, mas que nenhuma criança morreu no ataque.
Solidariedade
A matança provocada na noite de segunda na capital alemã tem gerado uma onda de solidariedade internacional, especialmente na França, país europeu que mais sofreu ataques extremistas.
O presidente francês François Hollande telefonou para a chanceler alemã Angela Merkel e expressou, novamente, "o mais profundo pesar, amizade e solidariedade de toda a França".
"O combate sem piedade contra o terrorismo não deve afetar nem os valores, nem a forma de viver" das democracias, declararam os dois líderes após a conversa telefônica.
"O presidente da República e a chanceler confirmaram a total mobilização dos serviços de segurança francês e alemão para lutar contra a praga do terrorismo, e contra a implementação de medidas decididas no nível europeu", segundo um comunicado publicado pela presidência francesa.
"Os franceses sabem a importância desses gestos de apoio durante as sombrias horas do luto", acrescentou.