O cessar-fogo na Síria, mediado por Moscou, Ancara e Teerã entrou em vigor, ao mesmo tempo, alguns grupos radicais cruciais prometeram romper as relações com a Frente al-Nusra e o Daesh (organizações terroristas proibidas em muitos países, incluindo a Rússia).
Sputnik
Isso foi o que Washington prometeu conseguir, mas não conseguiu fazê-lo, escreve a analista política, Elena Suponina, para a RIA Novosti.
Evacuação de Aleppo, na Síria © AFP 2016/ GEORGE OURFALIAN |
"Segundo informações que recebi da oposição síria, os maiores grupos, tais como Ahrar al-Sham, Jaysh al-Islam e outros, concordaram cortar todos os laços existentes com os terroristas do Daesh e da Frente al-Nusra", disse a analista.
"É o que a administração de Barack Obama prometeu atingir, mas o secretário de Estado, John Kerry, não conseguiu fazê-lo. A Rússia, Turquia e Irã conseguiram ao invés dele".
O avanço foi declarado na quinta-feira (29) pelo presidente da Federação da Rússia, Vladimir Putin.
Suponina afirmou que três documentos foram assinados, apontando que alvejam não somente o fim das hostilidades no país durante a guerra de anos. Estes acordos direcionam o país a "uma estratégia conjunta de solução política", que visa acabar com a crise na Síria.
Eles estavam prontos ao mesmo tempo em que as partes interessadas envolvidas nas negociações sobre Aleppo estavam, acrescentou ela. "O sucesso do acordo sobre Aleppo é parte de um acordo político mais amplo… destinado para ser a base do acordo de paz futura na Síria".
Suponina afirmou que três documentos foram assinados, apontando que alvejam não somente o fim das hostilidades no país durante a guerra de anos. Estes acordos direcionam o país a "uma estratégia conjunta de solução política", que visa acabar com a crise na Síria.
Eles estavam prontos ao mesmo tempo em que as partes interessadas envolvidas nas negociações sobre Aleppo estavam, acrescentou ela. "O sucesso do acordo sobre Aleppo é parte de um acordo político mais amplo… destinado para ser a base do acordo de paz futura na Síria".
Suponina sublinhou que a Rússia, Turquia e Irã não estão interessados em dividir a Síria como "alguns fanáticos nos EUA".
A analista política frisou que todos os envolvidos trabalharam durante meses para chegar ao acordo. A embaixada da Rússia na Turquia, especialmente o embaixador russo, Andrei Karlov, morto a tiro na semana passada, participou ativamente deste processo.
"O processo se iniciou a fim de estabelecer a paz prolongada na Síria — país devastado pela guerra", disse ela. "Esse processo será difícil e, provavelmente, sangrento. Os terroristas estão insatisfeitos com a unificação do país, realizada por várias forças na Síria. Será uma agonia, atentados terroristas e dor. Eis o tempo vivido por nós. Temos que entender, aceitar e lutar. Mas, hoje, chegaram boas novidades da Síria. Não há dúvidas".
Outro analista político, Tancrède Josseran explicou à Sputnik França o porquê de não conseguirem chegar a um acordo anteriormente:
"É bastante simples. A Turquia enterrou a sua política Neo-Ottomana na primavera de 2016, mudando. A Turquia não quer mais interferir nos assuntos internos de países vizinhos. O país já não possui ambições Neo-Ottomanas", explicou.
Segundo o analista político, Bassam Tahhan, certamente, os EUA e os seus aliados não irão esperar sentados enquanto a Turquia melhora os seus laços com a Rússia. "Acho que o Ocidente vá responder à decisão da Turquia com outro golpe de Estado ou outras medidas", destacou.