O primeiro-ministro da República Tcheca, Bohuslav Sobotka, criticou a ideia da instalação de um radar militar estadunidense no seu país.
Sputnik
Falando na televisão nacional, Sobotka comentou as palavras de Miroslava Nemcova, ex-presidente da câmara baixa do parlamento tcheco, que tinha aprovado a sugestão do ex-prefeito de Nova York, Rudy Juliani, de voltar a considerar a ideia de colocar um radar militar norte-americano em solo tcheco.
Radar norte-americano LOPAR © flickr.com/ Casey Bisson
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Nemcova disse acreditar que Juliani é dos políticos cujas palavras são equilibradas e sérias, por isso ela ficaria feliz, afirmou, se o presidente tcheco, Milos Zeman, e o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, assinassem o acordo de implantação desse radar no território da República Tcheca na Sala Oval da Casa Branca.
Mas o premiê descartou tal possibilidade.
"É uma ficção que não vai se tornar realidade. Eu vejo isso com maus olhos. Eu acredito que, no momento, os problemas de segurança que nós temos são diferentes", disse Sobotka.
A razão inicial para a eventual implantação de um radar norte-americano na República Tcheca era a ameaça do Irã, lembrou o primeiro-ministro. Mas a situação atual exclui esta ameaça, alegou.
Além disso, o chefe do governo tcheco quer que Donald Trump e Vladimir Putin se sentem a uma mesa para pôr fim à guerra na Síria.
"Um radar significaria a continuação da escalação das relações com a Rússia, e nós precisamos de usar a janela de oportunidade que apareceu após a eleição de Donald Trump para que os EUA e a Rússia se sentem à mesa. Não há para a Europa questão mais importante do que pôr fim à guerra na Síria. Porque enquanto a guerra na Síria não terminar, enquanto o fluxo de migrantes não parar, o que podemos lhes oferecer? Os EUA têm uma influência considerável na situação na Síria, a Rússia tem uma influência considerável, e nós precisamos aproveitar isso", disse Sobotka.