Recentemente, o vice-premiê turco, Numan Kurtulmus, sugeriu que a operação de libertação de Raqqa dos terroristas do Daesh (grupo proibido na Rússia) seja iniciada somente depois da conclusão da operação Escudo do Eufrates, realizada pela Força Armada da Turquia, no norte da Síria, e da libertação de Mossul, no Iraque.
Sputnik
O vice-presidente do Partido Democrático dos Povos (HDP, sigla em turco), partido pró-curdo, Nazmi Gur, em entrevista à Sputnik Turquia, falou sobre a luta contra as forças terroristas e, em particular, as ações cometidas pela Turquia na Síria e no Iraque.
Combatentes do Exército Livre da Síria próximo a Aleppo © AFP 2016/ NAZEER AL-KHATIB
|
Segundo o especialista, o objetivo principal de Ancara não está relacionado ao combate do grupo terrorista Daesh, mas, sim, a criação de obstáculos para impedir que os curdos sírios cheguem a Raqqa.
"As ações das forças armadas turcas e do Exército Livre da Síria desempenham uma função longe de ser benéfica para a região", sublinhou Gur.
A figura política turca e ex-membro da delegação da Turquia APCE (Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa) compartilhou seu ponto de vista:
"Na verdade, a meta das operações turcas na Síria não está relacionada ao combate do grupo terrorista Daesh, mas ao enfraquecimento das posições curdas, tornando a situação ainda mais difícil. O presidente Recep Tayyip Erdogan não esconde que Ancara tenta estabelecer controle sobre tais cidades como Manbij e al-Bab. <…> É óbvio que a Turquia está tentando neutralizar curdos na Síria, aumentar a sua presença neste país e apresentar suas reclamações territoriais."
O deputado acredita que o futuro da Síria deve ser determinado pelo povo sírio e o envolvimento de terceiros países, mesmo vizinhos, somente dificulta a situação ainda mais.