Descobertas não deixam claro a quem pertencia míssil de produção russa, segundo chefe de investigação conjunta. Acidente em 2014 matou as 298 pessoas a bordo.
Pável Rítsar | Gazeta Russa
Representantes da equipe conjunta que investigam a queda do voo MH17 na região do Donbass, do leste da Ucrânia, em julho de 2014, pediram cautela antes de nomear responsáveis pelo desastre. A declaração foi feita em uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira (28), em que foram anunciados os resultados após dois anos de averiguação.
Resultados de investigação foram anunciados em coletiva nesta quarta (28) Foto:AP |
Durante o evento, o diretor da Divisão Nacional de Investigação Criminal da Polícia Holandesa, Wilbert Paulissen, anunciou que o míssil responsável pela queda do Boeing 777, da Malaysia Airlines, fora levado ao território ucraniano a partir da Rússia.
No entanto, segundo o procurador holandês Fred Westerbeke, que comanda a equipe, nenhum suspeito em particular foi identificado até agora, portanto, “é muito cedo para falar sobre a nacionalidade [dos suspeitos] ou o potencial envolvimento da Rússia”.
O relatório do grupo internacional diz haver “provas irrefutáveis para constatar que, em 17 de julho de 2014, o voo MH17 foi abatido por um míssil BUK de série 9M38”.
Também há evidências de que o míssil foi lançado de uma área próxima a Pervomaiskoye, ao sul de Snejnoie, que estava sob controle das milícias separatistas. “Até agora, a equipe identificou cerca de 100 pessoas que poderiam estar ligadas à derrubada do MH17 ou ao transporte do BUK”, lê-se no documento.
É preciso agora, segundo declarou Westerbeke a repórteres, entender quem havia encomendado o transporte do BUK ou o abate do avião, e se a decisão fora tomada de forma independente ou sob ordens de terceiros.
O comandante das tropas de engenharia de rádio das Forças Aeroespaciais da Rússia, Andrêi Koban, disse, após o anúncio, que não havia sido observado o voo de nenhum míssil BUK a partir das regiões controladas por rebeldes no leste da Ucrânia.
A investigação sobre o acidente envolvendo o MH17 poderá resultar em um julgamento internacional, embora também seja cedo para falar sobre tal possibilidade.
Em julho de 2014, uma aeronave da Malaysia Airlines, que partiu de Amsterdã (Holanda) rumo a Kuala Lumpur (Malásia), foi derrubada, matando as 298 pessoas a bordo. A maioria dos passageiros – 193 pessoas – eram cidadãos holandeses.