Estudo da União Europeia mostra que material acaba se tornando explosivo.
Jihadistas controlam grandes áreas do Iraque e da Síria.
Reuters
Empresas de 20 países estão envolvidas na cadeia de fornecimento de componentes que acabam em explosivos do Estado Islâmico, de acordo com um estudo divulgado nesta quinta-feira (25), sugerindo que governos e empresas precisam fazer mais para controlar o fluxo de cabos, produtos químicos e outros equipamentos.
Integrantes do Estado Islâmico mostram armas (Foto: GloboNews) |
O estudo encomendado pela União Europeia mostrou que 51 empresas de países como Turquia, Brasil e Estados Unidos produziram, venderam ou receberam mais de 700 componentes utilizados pelo Estado Islâmico para produzir dispositivos explosivos improvisados (IEDs, na sigla em inglês).
Os IEDs estão agora sendo produzidos em uma "escala quase industrial" pelo grupo militante, que usa componentes industriais que são regulados e equipamentos amplamente disponíveis, como produtos químicos e telefones celulares, de acordo com a Pesquisa de Conflito Armado (CAR, na sigla em inglês), que realizou a estudo de 20 meses.
O Estado Islâmico controla grandes áreas do Iraque e da Síria. A Turquia, membro da Otan, faz fronteira com os dois países e reforçou a segurança para evitar o fluxo de armas e insurgentes para o grupo sunita de linha-dura.
Um total de 13 empresas turcas foi identificada como envolvida na cadeia de abastecimento, mais do que qualquer país. Em segundo lugar vem a Índia, com sete.
"Estes resultados ratificam a crescente consciência internacional de que forças do Estado Islâmico no Iraque e na Síria são muito auto-sustentáveis -em aquisição de armas e bens estratégicos, como componentes de IEDs, em nível local e com facilidade", disse o diretor-executivo da CAR, James Bevan.
Empresas de Brasil, Romênia, Rússia, Holanda, China, Suíça, Áustria e República Tcheca também estavam envolvidas, de acordo com o relatório.