Veículo transportava funcionários da Justiça afegã.
Talibãs assumiram autoria do ataque.
EFE
Pelo menos 10 funcionários da Justiça e civis morreram e outros quatro ficaram feridos após um ataque suicida com uma bomba contra o ônibus que transportava pessoal do Departamento de Justiça em Cabul, a capital do Afeganistão, informaram nesta quarta-feira (25) fontes oficiais.
Forças de segurança afegãs inspecionam local de um ataque suicida em Cabul, no Afeganistão (Foto: Mohammad Ismail / Reuters) |
"Um suicida com uma bomba atingiu um ônibus que transportava funcionários da Justiça" no quinto distrito de polícia de Cabul, disse o vice-porta-voz do Ministério do Interior do Afeganistão, Najib Danish.
O ataque aconteceu às 8h20 locais (1h50 de Brasília), quando um homem detonou o colete de explosivos que carregava consigo no ônibus. As autoridades estão investigando as circunstâncias do ataque.
Os talibãs confirmaram a autoria do ataque através de um de seus porta-vozes, Zabiullah Mujahid, que disse que "cerca de 22 pessoas morreram ou ficaram feridas" no ataque, mas os insurgentes costumam exagerar o alcance de suas ações.
Segundo o porta-voz, o atentado suicida foi "uma revanche", depois que "esses juízes" condenaram seis talibãs à morte.
Este é o primeiro ataque desde que o governo começou as execuções de talibãs no dia 8 de maio, uma decisão que os insurgentes anunciaram que responderiam colocando os órgãos oficiais, particularmente os ligados à Justiça, como alvo prioritário.
Além disso, este é o primeiro atentado na capital afegã após a morte do líder talibã, o mulá Mansur, no sábado (21) passado. Sua morte foi confirmada pelo grupo insurgente.
Os talibãs anunciaram a nomeação do mulá Obaidullah (Hibatullah, segundo a grafia usada no Afeganistão) como sucessor de Mansur.
No dia 19 de abril, os talibãs realizaram um atentado na capital afegã que deixou 64 mortos e 350 feridos, em uma ação que congelou definitivamente as tentativas de negociação do governo com esse grupo insurgente.
A instabilidade no Afeganistão vem crescendo desde o fim da missão militar da Otan em dezembro de 2014, e os talibãs vêm aumentando seu controle no país, assim como a frequência e a magnitude dos atentados nas grandes cidades.