O representante oficial do Ministério da Defesa russo general-maior Igor Konashenkov comentou o recente bombardeamento do hospital da organização Médicos Sem Fronteiras.
Sputnik
“O primeiro-ministro Ahmet Davutoglu, que estava em visita à Ucrânia, chegou a falar ontem sobre um alegado ataque por parte da Rússia a partir do mar Cáspio, sublinho, de um míssil balístico, contra um hospital na província de Idlib. Digo já que na Frota do Cáspio não há nenhum navio que possa realizar tais lançamentos de mísseis balísticos”, sublinhou.
Equipe de resgate no hospital bombardeado © AFP 2016/ |
Todos os ataques da Força Aeroespacial da Rússia na Síria contra posições de terroristas estão sendo realizados só após repetidas verificações de dados e a necessária coordenação, de forma a excluir riscos para os civis, destacou o representante do Ministério da Defesa russo.
Apesar disso, a Turquia e os países ocidentais continuam acusando a parte russa de, alegadamente, nos ataques aéreos realizados pela aviação russa terem morrido civis. O Ministério da Defesa da Rússia negou várias vezes tais declarações, apresentando provas fotográficas verdadeiras, comparando-as com as falsas para argumentar a sua posição.
A organização internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) informou na segunda-feira (15) que o hospital apoiado por ela, na província de Idlib, localizado na cidade síria de Maaret al-Nuuman, havia sido atingido por quatro mísseis, mas não tinha pistas de quem estaria por trás do bombardeio, rapidamente atribuído à Rússia pelo primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu.
Das 54 pessoas que trabalhavam no hospital no momento do ataque, sete morreram e oito estão desaparecidas.
Trégua duvidosa
“Após no final da semana passada terem sido alcançados acordos-quadro sobre o cessar-fogo na Síria, no sul e especialmente no norte do país, a atividade dos grupos terroristas se intensificou”, notou Konashenkov.
Segundo ele, ao mesmo tempo, entre os vários grupos que atuam na parte sudoeste da província de Aleppo e na parte noroeste da província de Idlib “tornaram-se mais frequentes as divergências sobre o controle dos territórios”.
Lembramos que o Grupo Internacional de Assistência à Síria (GIAS, ou ISSG, na sigla em inglês) aprovou em 11 de fevereiro um acordo que fixa uma trégua na Síria.
Entretanto somente prevê um cessar-fogo entre os grupos dentro do país enquanto a campanha militar contra os grupos terroristas Daesh e Frente al-Nusra continua.
A Síria está em estado de guerra civil desde 2011. O governo do país luta contra facções de oposição e contra grupos islamistas radicais.
A Rússia realiza desde 30 de setembro de 2015, a pedido do presidente sírio Bashar Assad, uma campanha militar para ajudar o governo da Síria a combater os avanços de grupos terroristas atuantes no país. As missões aéreas antiterroristas estão sendo realizadas a partir da base de Hmeymim no oeste da Síria, na província de Latakia.
No início deste mês o Ministério da Defesa da Rússia confirmou que os caças multifuncionais avançados e supermanobráveis Su-35S começaram a realizar missões de combate na Síria.