Como sempre, a Rússia precisa reagir de forma digna e séria, mas sem o uso de força, às intenções da OTAN em reforçar a sua presença militar no Leste Europeu, declarou em entrevista à Sputnik o ex-presidente da União Soviética Mikhail Gorbachev.
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O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, revelou na quarta-feira (11) que os ministros da Defesa dos países-membros da organização aprovaram a proposta de expandir a presença militar da aliança no leste da Europa, no Mediterrâneo Oriental e no Mar Negro. Segundo ele, medidas concretas deverão ser tomadas nesse sentido em julho.
Mihhail Gorbachev © Sputnik/ Andrei Rudakov |
"Creio que tudo isso está sendo tramado pelo seu líder – os EUA. Eles fazem uso de contradições, de confrontações, e se intrometem, interferem e inflam esses conflitos" – acredita Gorbachev.
O ex-presidente tem a certeza de que a Rússia precisa reagir "como sempre" a esse tipo de provocação – de forma "diga e séria", "mas sem o uso de força".
Na sua opinião, esse tipo de decisão da OTAN é tomado por iniciativa dos EUA e representam uma política enganosa e que não leva a lugar algum.
O ex-presidente da URSS lembrou da perigosa situação internacional que se formava nos anos 1970 e 1980, e que só foi superada após ambos os lados terem feito concessões, em particular, reduzindo o número de armamentos. Para ele, a atual situação exige novamente esse tipo de conciliação.
"Dizem que essa decisão é temporária – não, eles simplesmente querem apoiar a escalação e explorá-la para fins comerciais. Normalmente, trata-se de grandes patrões e aqueles que estão ligados a eles, ou seja, a alta classe de negócios" – disse Gorbachev.
Na opinião de Gorbachev, o recente filme da BBC "Terceira Guerra Mundial: Dentro do Posto de Comando", que representa um estímulo à confrontação entre Rússia e OTAN, persegue os objetivos dessa mesma classe, "interessada em acirrar as tensões" para "aumentar os pedidos e vender mais armas".