Os atritos entre a Turquia e os curdos se tornaram o principal problema militar para Washington na Síria, garante um artigo publicado nesta segunda-feira (15) pelo jornal The Wall Street Journal.
Sputnik
A publicação destaca que as forças armadas norte-americanas cooperam com combatentes curdos no norte da Síria. Esses grupamentos, no entanto, são tratados como organizações terroristas pela Turquia, juntamente com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), atuante em território turco.
Barak Obama © AP Photo/ Gerald Herbert |
Assim, no sábado (13), ataques da artilharia turca contra posições curdas na Síria provocam mais um conflito diplomático entre Washington e Ancara. Altos representantes do governo americano instaram Turquia a interromper a ofensiva. Em contrapartida, Ancara apresentou dados indicando que grande parte das armas fornecidas pelos EUA para a chamada "oposição moderada" na Síria acabam parando em território turco, nas mãos do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK). As alegações turcas foram negadas por Washington.
"Tanto em Washington, como em Ancara, representantes dos governos apontam para uma crescente discordância entre Turquia e EUA, e isso cria novos problemas para a coalizão internacional liderada pelos EUA contra o Daesh (Estado Islâmico)" – destaca o The Wall Street Journal.
Nas palavras do especialista do Conselho do Atlântico para a Síria, Stein Aaron, o Pentágono não possui ferramentas suficientes para pressionar os curdos, que preferem contar com o apoio da aviação russa para realizar suas operações terrestres na Síria.
"A Turquia está perdendo a batalha pelo corredor de Azaz. A atividade aérea da aviação da Rússia está limitando as opções de Ancara. Agora os EUA terão que buscar uma maneira de sair desta difícil situação" – escreveu o artigo citando as palavras do especialista.