Ataque deixou sete mortos e oito desaparecidos, diz Médicos sem Fronteiras.
Outro hospital e um prédio que abrigava uma escola foram alvos.
Do G1, em São Paulo
O ataque aéreo desta segunda-feira (15) contra um hospital mantido pela instituição de caridade Médicos Sem Fronteira (MSF) na Síria foi realizado por jatos norte-americanos, disse à TV Rossiya 24 o embaixador sírio em Moscou, Riad Haddad.
Hospital do Médicos sem Fronteiras na Síria foi bombardeado nesta segunda-feira (15) (Foto: GHAITH OMRAN / AL-MAARRA TODAY / AFP) |
No total, ao menos cinco estabelecimentos médicos e duas escolas foram atingidos em Aleppo e Idlib, no norte da Síria nesta segunda, de acordo com a ONU. Disparos de mísseis "mataram quase cinquenta civis, incluindo crianças, e fizeram muitos feridos" nesses locais, diz um comunicado da organização.
O hospital mencionado pelo embaixador Riad Haddad fica na cidade de Maaret al-Numan, em Idlib. A MSF confirmou que no ataque a este hospital sete pessoas morreram e outras oito estão desaparecidas, embora "presumivelmente mortas".
"(O hospital) foi destruído pela Força Aérea Americana. A Força Aérea Russa não tem nada a ver com isso", disse o embaixador Riad Haddad.
Ele disse que Damasco espera que as conversações de paz sejam retomadas em 25 de fevereiro, mas que a Turquia está interferindo no país para apoiar militantes do Estado Islâmico.
Até o momento os Estados Unidos não comentaram a acusação do embaixador, mas condenaram os bombardeios contra os hospitais no norte da Síria e criticaram mais uma vez o regime sírio e sua aliada, a Rússia. O secretariado de Estado criticou em duro comunicado "a brutalidade do regime de Assad" e colocou "em dúvida a vontade e a capacidade da Rússia de ajudar a detê-la".
Em comunicado, a ONG precisou que os mortos são cinco pacientes, uma cuidadora e um guarda do centro de saúde, situado na zona de Maarat al Nuaman, na província setentrional de Idlib.
"Este foi um ataque deliberado contra um estabelecimento de saúde", disse Massimiliano Rebaudengo, chefe da missão local da entidade. "A destruição deste hospital priva cerca de 40 mil pessoas de tratamentos nesta zona de conflito".
O hospital foi atingido por quatro mísseis em dois ataques com poucos minutos de intervalo, disse um funcionário do local.
A instituição não identificou a origem dos ataques aéreos que pode ter sido a Rússia ou o governo sírio, segundo a Reuters.
O hospital, que tem 54 funcionários e 30 leitos, é financiado pelo MSF, que também fornece remédios e equipamentos às suas instalações.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, considerou os ataques "como violação flagrantes do direito internacional", segundo o porta-voz adjunto das Nações Unidas, Farhan Haq.