A informação que a Rússia possui sobre as supostas compras turcas de petróleo do Daesh será usada na luta contra terrorismo, disse nesta terça-feira (1) o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
Sputnik
Anteriormente, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, disse que iria renunciar se alguém provar o seu envolvimento nas compras ilegais do petróleo contrabandeado fornecido pelo grupo terrorista Daesh (também conhecido como Estado Islâmico).
Dmitry Peskov © Sputnik/ Alexei Danichev |
“Não é uma declaração nova de qualquer maneira. O mais importante é ter esta informação e usá-la no trabalho que visa não provar algo, mas sim lutar contra terrorismo”, disse Peskov a jornalistas acrescentando que “esta informação é usada na luta contra terrorismo”.
Discutindo sobre o assunto com os líderes mundiais na cúpula COP21 em Paris, o presidente russo Vladimir Putin disse que Moscou tem evidências que o SU-24 foi abatido pela Turquia para proteger os fornecimentos de petróleo do Estado Islâmico, também conhecido como o Daesh, e que o petróleo dos campos petrolíferos controlados pelo Daesh é exportado à Turquia à escala industrial.
“Temos todas as razões para acreditar que a decisão de abater o nosso avião foi ditado pelo desejo de garantir a segurança de roteiros de fornecimento de petróleo à Turquia”, disse Putin.
O avião russo Su-24 foi abatido por um caça F-16 turco sobre o território sírio, tendo caído a quatro quilômetros da fronteira com a Turquia. O presidente russo, Vladimir Putin, chamou a derrubada do avião de um "golpe nas costas por cúmplices dos terroristas". Ancara declara que o SU-24 entro no seu espaço aéreo. O Estado-Maior General da Federação da Rússia afirmou que o bombardeiro não tinha cruzado a fronteira com a Turquia, o que foi confirmado por dados da defesa antiaérea síria. Segundo os dados de uma fonte da Reuters na administração dos EUA, Washington tem todos os motivos de pensar que a aeronave foi abatida sobre Síria, mas o Pentágono não confirmou esta informação oficialmente.
O piloto do Su-24, Oleg Peshkov, foi baleado a partir do solo durante a ejeção por militantes turcomenos no território por eles controlado. O copiloto salvo, Konstantin Murakhtin, disse a jornalistas que o Su-24 não cruzou a fronteira e que a tripulação não recebeu quaisquer avisos da parte de aviões turcos.