A OTAN planeja enviar mais aviões e armas de defesa antiaérea à Turquia apesar de Ancara ter usado os seus caças para abater o bombardeiro russo Su-24 que estava realizando missões antiterroristas na Síria.
Sputnik
Esta informação foi divulgada pela revista alemã Die Welt que alega fontes de alto nível na OTAN.
AWACS |
Os ministros do Exterior dos países-membros da OTAN encontram-se nesta terça e quarta-feira (dias 1 e 2) em Bruxelas onde discutirão as propostas, diz a edição alemã. A decisão será tomada dentro das duas semanas que vêm.
A Aliança tem planos de fornecer caças-interceptores equipados com radares AWACS (Sistema Aéreo de Alerta e Controle). A OTAN também pretende fortalecer os sistemas de mísseis antiaéreos da Turquia e melhorar o controle do tráfego aéreo.
O avião russo Su-24 foi abatido por um caça F-16 turco sobre o território sírio, tendo caído a quatro quilômetros da fronteira com a Turquia. O presidente russo, Vladimir Putin, chamou a derrubada do avião de um "golpe nas costas por cúmplices dos terroristas". Ancara declara que o SU-24 entrou no seu espaço aéreo. O Estado-Maior Geral da Federação da Rússia afirmou que o bombardeiro não tinha cruzado a fronteira com a Turquia, o que foi confirmado por dados da defesa antiaérea síria. Segundo os dados de uma fonte da Reuters na administração dos EUA, Washington tem todos os motivos para pensar que a aeronave foi abatida sobre a Síria, mas o Pentágono não confirmou esta informação oficialmente.
O piloto do Su-24, Oleg Peshkov, foi baleado a partir do solo durante a ejeção por militantes turcomenos no território por eles controlado. O copiloto salvo, Konstantin Murakhtin, disse a jornalistas que o Su-24 não cruzou a fronteira e que a tripulação não recebeu quaisquer avisos da parte de aviões turcos.
Na sequência do ataque a Rússia instalou o sistema de mísseis antiaéreos S-400 na sua base aérea de Hmeymim na província síria de Latakia. Também nesta segunda-feira (30) os caças-bombardeiros Su-34 que participam das missões das Forças Aeroespaciais da Rússia na Síria foram equipados com mísseis ar-ar de curto e médio alcance pela primeira vez para que possam defender-se de possíveis ataques no futuro.