Segundo a mídia turca, Ancara suspendeu os voos sobre a Síria após as declarações do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, sobre a utilização de mísseis russos S-400 contra caças turcos na Síria.
Sputnik
O presidente turco disse em entrevista ao canal televisivo CNN que Ancara considerará o uso de sistemas de defesa antiaérea S-400 contra aviões militares turcos como uma agressão contra a soberania do país e que a Turquia tem o direito de se proteger. O líder turco também destacou que é muito provável que a situação se desenvolva assim, ou seja, que os aviões turcos possam ser atingidos por mísseis russos e que a Turquia “será obrigada a tomar medidas urgentes”.
F-16 Fighting Falcon © AFP 2015/ YIANNIS KOURTOGLOU |
Entretanto, a Turquia abateu o bombardeiro russo Su-24 e não pretende pedir desculpas à Rússia pelas suas ações no espaço aéreo da Síria.
“Eu acho que, se alguém tem que se desculpar, não somos nós. Aqueles que invadiram nosso espaço aéreo é que devem pedir desculpas. Nossos pilotos e militares simplesmente cumpriram as suas obrigações, que consistiam em responder à violação", disse Erdogan em entrevista ao canal CNN.
Ao mesmo tempo, segundo o jornal turco Hurriyet que cita fontes diplomáticas, a Turquia suspendeu os voos da sua Força Aérea sobre a Síria no âmbito da coalizão internacional contra o Estado Islâmico. No comunicado do Estado-Maior da Turquia se diz que a Turquia toma medidas para prevenir incidentes entre as forças armadas dos dois países. É provável que esta seja uma destas medidas.
Nesta terça-feira (24), um bombardeiro russo Su-24 foi derrubado por um míssil ar-ar turco no espaço aéreo sírio. O Ministério da Defesa sublinha que, durante todo o voo, o avião se manteve sempre sobre o território da Síria. Isto foi registrado por meios objetivos de controle, acrescentou o departamento militar. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, classificou o ato como "um golpe nas costas".