Embarcação Iúri Ivanov é o maior navio de inteligência da Marinha russa.
Tatiana Russakova | Gazeta Russa
O maior navio de reconhecimento da Rússia, o Iúri Ivanov, passou da Frota do Báltico para a Frota do Norte e agora está sendo preparado para entrar em missão no Ártico, onde uma de suas principais funções será a de monitorar a parte marítima do sistema de defesa de mísseis dos EUA. O anúncio foi feito no dia 17 de novembro pelo chefe da assessoria de imprensa da Frota do Norte, o capitão de primeira classe Vadim Serga.
Munido de poderosas ferramentas, o navio é capaz de coletar informações secretas e "furar" o sistema antimíssil americano. A embarcação passou com sucesso todos os testes da Marinha e se encontra agora em seu local de estacionamento permanente: o Círculo Ártico, na base naval de Severomorsk.
As capacidades técnicas do navio permitirão expandir o alcance da Frota do Norte não só em diferentes áreas marítimas, mas também no próprio Ártico, segundo informou o Ministério da Defesa. Prova disso foi a escolha do lugar de estacionamento permanente da embarcação, na península de Kola, no noroeste da Rússia, região de Murmansk.
A tarefa do navio especializado em missões de inteligência será vigiar o lançamento de mísseis balísticos e de cruzeiro realizados por potências estrangeiras, incluindo submarinos. O Iúri Ivanov é capaz de localizar até mesmo mísseis hipersônicos e transmitir essa informação para o alto comando militar. O navio pode ser usado tanto como retransmissor de comunicações em canais fechados como interceptor de transmissões de rádio do adversário.
No entanto, a sua função mais importante será a de encontrar brechas no sistema de defesa de mísseis dos EUA, o componente naval do sistema Aegis, e permitir aos mísseis russos voarem até o alvo inimigo e atingi-lo.
Com 95 metros de comprimento, 16 metros de largura e um deslocamento de 4.000 toneladas, o Iúri Ivanov é o maior navio russo para missões de inteligência.
Dado o aumento do ritmo de implementação do sistema de defesa antimísseis perto das fronteiras russas, está prevista a construção de, no mínimo, mais quatro desses navios-espiões, um para cada uma das frotas russas, que serão depois incorporados nas frotas do Pacífico, do Báltico e do Mar Negro.
Os estaleiros Sévernie Vérfi (Estaleiros do Norte), em São Petersburgo, já iniciaram os trabalhos no segundo navio do projeto 18280, o Ivan Khurs.