As ações da Turquia após a derrubada de um caça russo na Síria não apenas contradizem a Carta da ONU, mas as próprias recomendações da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN, na sigla em inglês), afirmou o representante russo na Aliança nesta sexta-feira.
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Alexander Grushko comentou que a Turquia voltou-se para a OTAN imediatamente após derrubar um avião Sukhoi Su-24 no dia 24 de novembro "buscando apoio político, o que de fato foi fornecido."
Alexander Grushko © Sputnik/ Alexander Vilf |
"A OTAN, guiada pela solidariedade do Atlântico… não lidou objetivamente porque todos entendem que objetivamente este crime é uma violação flagrante das leis internacionais", disse Grushko à rádio Kommersant. "Contradiz não somente os artigos fundamentais da Carta da ONU e um grande número de convenções, mas contradiz até as próprias recomendações da OTAN."
O enviado lembrou de um Conselho da OTAN no início de novembro que abordou uma violação forçada de espaço aéreo turco por parte de um caça russo Su-30 no dia 3 de outubro. Dois caças turcos F-16 interceptaram o avião e permitiram que ele deixasse o espaço aéreo turco.
"Não aconteceu neste caso, e nesse sentido a Turquia violou até as próprias recomendações e documentos da OTAN que regulamentam esses voos e regras de combate em situações assim", ressaltou Grushko.
Desde o incidente, a Rússia suspendeu todos contatos militares com a Turquia e anunciou o cancelamento da dispensa de vistos nas viagens entre os dois países, que vigorará a partir de janeiro. O governo russo ainda deve apresentar uma série de medidas econômicas e humanitárias como medidas de resposta.
A OTAN expressou publicamente seu apoio à Turquia após o incidente. Entretanto, fontes diplomáticas disseram à Sputnik que vários integrantes da OTAN, incluindo Grécia e França, fizeram duras críticas a Ancara na reunião do dia 24 de novembro, logo após o incidente com o caça russo.