Declaração foi feita por presidente venezuelano Nicolás Maduro após queda de avião na fronteira com Colômbia, em meados de setembro. Embora se justifique compra pela necessidade de combater narcotraficantes, objetivo pode ser manutenção de paridade militar com vizinho.
TATIANA RUSSAKOVA | GAZETA RUSSA
“Vou entrar em contato com o presidente russo Vladímir Pútin para trazer à Venezuela pelo menos 12 novos Sukhôis, além desse [caça que caiu perto da fronteira com a Colômbia]”, declarou o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, após incidente no último dia 17.
O Su-30 venezuelano, com duas pessoas a bordo, caiu enquanto perseguia um avião não identificado, supostamente colombiano, que foi localizado violando o espaço aéreo, segundo informações do governo da Venezuela. A causa do acidente não foi revelada.
A queda aconteceu em meio a crescente tensão entre os vizinhos sul-americanos. Nas últimas semanas, a Venezuela fechou travessias fronteiriças na “tentativa de reprimir o crime”.
“Se nós não tivéssemos os Sukhôis, seríamos um paraíso aéreo para o narcotráfico colombiano”, disse Maduro. Segundo ele, o território no qual o avião entrou ilegalmente é conhecido pelo uso por máfias ligadas ao narcotráfico.
Em nota, o ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino, disse também que a Força Aérea do país continuará “voando implacavelmente (...) para garantir nossa soberania e independência, combatendo os flagelos do narcotráfico” e outros crimes cometidos na fronteira com o vizinho.
O analista militar independente Aleksandr Sukhanov discorda, porém, que o caça pesado Su-30 seja ideal para tais missões. “Não é muito racional usá-lo para interceptar aviões leves de contrabandistas e narcotraficantes. Um míssil lançado pelo Sukhôi pode custar mais do que um avião daquele contra o qual é lançado”, disse à Gazeta Russa.
“Para esse tipo de missão, os helicópteros são mais apropriados. Acredito que as aquisições sejam mais necessárias para manter a paridade militar com a Colômbia”, acrescentou.
O avião que caiu era um dos 24 caças de múltiplas funções Su-30 comprados por Caracas em 2006, após a recusa dos Estados Unidos a fornecer peças de reposição para os aviões norte-americanos F-16 que estavam então ao serviço do Exército da Venezuela.