Os sistemas de defesa antimíssil do Irã não devem ser considerados como alternativa aos russos S-300, declarou um especialista russo em entrevista à Sputnik.
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Na parada do Dia do Exército, realizada em Abril, o Irã apresentou o fruto do trabalho de especialistas iranianos – o sistema de mísseis antiaéreo Bavar 373. No domingo (18) foi anunciado o prazo de produção industrial deste sistema. Segundo o comandante da base de defesa antiaérea Khatam-al Anbiya Farzad Esmaili, o Irã planeja instalar os Bavar 373 no seu território no início do ano 2017.
Bavar 373 © AFP 2015/ BEHROUZ MEHRI |
“Planejamos realizar testes dos sistemas Bavar 373 até o final do ano (segundo o calendário iraniano, quer dizer até 22 de março de 2017 – ed.)”, disse.
O redator-chefe da revista Iran Press Emad Abshenass comentou a informação recém-divulgada à Sputnik e disse que, mesmo assim, o país não tem planos de parar os fornecimentos dos mísseis russos S-300:
“A criação do sistema de mísseis iraniano Bavar 373 não contradiz o nosso interesse na compra dos complexos russos S-300. Segundo o contrato com a Rússia, o entendimento sobre o fornecimento dos S-300 é válido por cerca de cinco anos. Mas, tendo em conta as sanções contra o Irã introduzidas pelo Conselho de Segurança da ONU, os complexos de mísseis nunca foram fornecidos a Teerã na sua totalidade.”
O especialista argumentou a sua opinião pela intenção de aumentar o poder militar do Irã em geral:
“Globalmente, os sistemas de mísseis iranianos, criados com base nos S-300, bem como os mísseis russos de nova geração que o Irã comprará a Moscou, são elementos de um único programa – a criação de sistema poderoso de defesa antimíssil no Irã.”
Farzad Esmaili sublinhou que o seu país tem planos de continuar a cooperação técnico-militar com a Rússia na área militar e pode comprar vários tipos de armamentos russos, inclusive aviões militares.
O especialista iraniano comentou o vídeo que foi publicado recentemente pelo lado iraniano e que mostra o atual potencial militar do Irã:
“Gostaria de mencionar os testes do míssil balístico Imad, cuja informação foi tornada pública vários dias antes do aparecimento do vídeo da base subterrânea. As nossas autoridades comentaram que o Irã não aceita quaisquer resoluções que, de alguma forma, venham a limitar o direito ao desenvolvimento militar e de defesa do país.”
A Sputnik já tinha divulgado a opinião do cientista político iraniano Reza Moghaddasi, segundo o qual o vídeo fez com que, a partir de agora, o mundo veja o Irã como um país autossuficiente e independente, capaz de se defender de qualquer inimigo.