O porta-voz do Departamento de Estado americano, John Kirby, afirmou que os Estados Unidos descartaram a possibilidade de compartilhar inteligência sobre o Estado Islâmico com a Rússia.
Sputnik
Os EUA não vão compartilhar com a Rússia informações sobre a luta contra o Estado Islâmico porque os dois países têm metas opostas na Síria, afirmou nesta quarta-feira o porta-voz do Departamento de Estado americano, John Kirby.
"Não sei como compartilhar inteligência quando você não têm um objetivo em comum", disse Kirby em encontro com jornalistas.
John Kirby © AFP 2015/ MANDEL NGAN |
O porta-voz alegou que a maioria dos ataques aéreos russos — "mais do que 90%" — tinham como objetivo atingir alvos que não eram do Estado Islâmico e foram conduzidos em territórios que não são controlados pelo grupo terrorista.
Kirby, contudo, reconheceu que o governo americano não tinha detalhes concretos sobre os alvos dos bombardeios russos.
"Não temos visibilidade perfeita… (mas) temos uma noção geral e um entendimento muito bom. O Estado Islâmico certamente não está recebendo muita pressão da Rússia", afirmou Kirby.
O governo da Síria, por sua vez, rejeita as alegações americanas. O embaixador sírio em Moscou, Riad Haddad, disse à Sputnik, também nesta quarta-feira, que cerca de 40% da infraestrutura do Estado Islâmico já foi destruída em apenas uma semana de bombardeios.
"Aproximadamente 40%, segundo os dados que temos. Além disso, foram abatidos vários terroristas", afirmou Haddad. Segundo o embaixador, os terroristas "estão recuando na direção da fronteira com a Turquia, país que tradicionalmente lhes dá proteção."
O ataque aéreo perto de Aleppo, no domingo, eliminou praticamente todos os veículos antiaéreos do Estado Islâmico, segundo o Ministério da Defesa da Rússia.