Os países que têm a responsabilidade pelos conflitos devem assumir também a responsabilidade pelas calamidades que estes conflitos provocam – inclusive os refugiados, declarou nesta terça-feira (8) o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov.
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Em uma reunião com Kristalina Georgieva, copresidente do grupo de especialistas em financiamento de operações humanitárias e vice-presidente da Comissão Europeia, o chanceler russo lembrou que “a análise política das estatísticas que temos mostra que uma grande parte das pessoas que precisam de ajuda humanitária é vítima de vários conflitos”.
“Considerando esta situação, é muito difícil renunciar à necessidade de analisar as causas do surgimento de fluxos adicionais de refugiados de outras pessoas que precisam de ajuda humanitária, e em todos os casos, a justiça exige que os países responsáveis pelo início de conflitos tenham uma responsabilidade ainda maior pela prestação de ajuda humanitária às vítimas”, ressaltou o ministro.
Sergei Lavrov © Sputnik/ Vladimir Astapkovich |
Neste ano, o fluxo dos migrantes e refugiados do Oriente Médio à União Europeia cresceu consideravelmente. No momento, há 340 mil migrantes presentes no território da UE. Apesar das quotas várias vezes aceitas e revisadas por Bruxelas, as autoridades de muitos países da União recusam-se a lidar com tal quantidade de pessoas oriundas dos locais de conflitos.
Mas nem todos deles estão na Europa de uma maneira legal. A Espanha, por exemplo, concedeu asilo a 1.335 sírios, e a Itália, a 1.005. Estes são os países do Sul da Europa, destino mais evidente dos migrantes do Oriente Médio. Portugal, que fica ao lado, só concedeu asilo legal a 15 migrantes.
Os países árabes do golfo Pérsico e da península Arábica não fazem caso dos refugiados dos países vizinhos.
Já a América Latina está se tornando a protagonista do processo de recepção de refugiados. Segundo os dados divulgados na semana passada pelo Conare (Comitê Nacional para Refugiados), o Brasil concedeu 2.077 vistos a refugiados sírios desde 2013, ano da aprovação de uma normativa que facilita este processo.
Na semana que vem, em 21 de setembro, o Conare debaterá se vai prolongar a vigência desta normativa, que expira em 23 de setembro.
Um vizinho do Brasil, o Uruguai, foi pioneiro, sendo o primeiro país latino-americano a receber famílias de refugiados sírios. Já na Argentina, está vigente o Programa Síria, iniciativa do Estado para acolher refugiados do Oriente Médio.